Os pais do britânico Jack Letts, que se converteu ao islã e lutou junto com o Estado Islâmico, foram condenados na sexta-feira (21) por financiar o terrorismo, informou a rede britânica BBC.
Isso porque o casal enviou ao filho o equivalente a R$ 1.081, em setembro de 2015, enquanto ele estava na Síria.
De acordo com a BBC, Jack, 23, apelidado de 'Jihadi Jack', se converteu à religião aos 16 anos e viajou à Síria pela primeira vez em 2014.
Em entrevista à rede britânica, ele disse estar arrependido do que fez. "Eu era um inimigo do Reino Unido."
"Não estou pedindo uma segunda chance para o povo britânico. Eu não espero isso de ninguém", acrescentou.
Jack foi capturado em 2017 por forças curdas que combatiam o EI. Antes de sua prisão, ele casou e teve uma criança com uma mulher iraquiana.
De acordo com o jornal The Guardian, após o veredito, John Letts, 58, e Sally Lane, 57, afirmaram ter sido condenados "por fazer o que qualquer pai faria se o seu filho estivesse em perigo".
Ainda de acordo com a publicação, durante o julgamento não foi mencionado que a quantia enviada teria sido de fato usada para financiar o terrorismo.
O juiz Nicholas Hilliard, responsável pelo caso, disse que o amor pelo filho levou o casal a perder a "noção da realidade". Inicialmente, eles foram condenados a 15 meses de prisão, mas a sentença foi suspensa por um ano.
O promotor Alison Morgan disse ao júri que a decisão de Jack Letts de se "juntar ao Estado Islâmico e viver no seu território, além de defender seus ideais, mudam as regras do que os pais podem fazer para ajudar seus filhos".
Em dezembro, John e Sally também tentaram enviar cerca de R$ 4.850 para Jack, com a justificativa de que ele estava preso em Raqqa, na Síria, e precisava do dinheiro para fugir. O casal foi absolvido por esse episódio.
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