Piloto do MH370 estava deprimido e cortou oxigênio de avião, diz revista

The Atlantic aponta responsabilidade de Zaharie Ahmad Shah em desaparecimento há cinco anos

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São Paulo

O piloto do Boeing 777 da Malaysia Airlines que desapareceu há cinco anos poderia estar sofrendo de depressão e teria matado os passageiros ao cortar o suprimento de oxigênio, afirmou relato publicado nesta terça-feira (18) pela revista The Atlantic. 

Elaborado pelo especialista americano em aviação William Langewiesche, o relato diz ainda que, antes de fazer uma subida drástica de 40 mil pés e despressurizar a cabine, Zaharie Ahmad Shah, 53, teria matado ou incapacitado o copiloto Fariq Abdul Hamid, 27.

Depois, voou sozinho por até seis horas com 238 mortos a bordo.

A revista afirma que, nos meses anteriores ao desaparecimento do voo MH370 —que iria de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, na China, em 14 de março de 2014—, o capitão estava frequentemente sozinho e triste.

Seu casamento estava em crise, seus filhos já haviam crescidos e ele havia se afastado dos amigos.

“Uma despressurização intencional teria sido uma maneira óbvia —e provavelmente a única maneira— de reprimir uma cabine potencialmente indisciplinada em um avião que permaneceria em voo por horas”, disse Langewiesche, que também é piloto. 

“Na cabine, o efeito não teria sido notado, não fosse a aparição súbita das máscaras de oxigênio”, diz a reportagem. 

“Nenhuma dessas máscaras dura mais do que cerca de 15 minutos de uso durante descidas de emergência para atitudes abaixo de 13 mil pés; elas não teriam tido nenhuma utilidade em voos a 40 mil pés.” 

Assim, escreveu Langewiesche, tripulantes e passageiros teriam ficado incapacitados em poucos minutos, perdendo a consciência e então morrendo “gentilmente”, sem ofegar ou sufocar. 

Um amigo de Shah citado pela revista afirma que a noção de que o piloto seja responsável pelo desaparecimento do avião não faz sentido. O amigo, que também é piloto, afirma, no entanto, que essa é a conclusão necessária. 

Em relatório publicado em julho de 2018, o governo da Malásia afirma que os controles da aeronave provavelmente foram manipulados intencionalmente para desviar o avião da rota inicial. 

Mas afirma que Shah estava mentalmente estável e também isenta o copiloto de responsabilidade. Conclui que as razões exatas do que aconteceu não podem ser determinadas enquanto o avião não for encontrado, descartando que os pilotos tenham derrubado o avião de propósito.

Operações de buscas feitas pelos governos de Malásia, Austrália e China acabaram de modo inconclusivo em janeiro de 2017. Até hoje, apenas alguns destroços foram achados na costa da África.

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