Policial que não agiu durante massacre em escola é preso nos Estado Unidos

Scot Peterson, 56, foi acusado de negligência e perjúrio

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Miami | AFP

O policial que foi chamado de "covarde" pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por não ter agido quando um atirador matou 17 pessoas numa escola em Parkland, Flórida, foi detido nesta terça-feira (4) por negligência.

O ex-oficial Scot Peterson, 56, foi preso por sete acusações de negligência em relação a um menor de idade, três por negligência culposa e uma por perjúrio, informou a porta-voz do Departamento de Polícia da Flórida (FDLE).

Um mês após o ataque realizado em 14 de fevereiro do ano passado, foi divulgado um vídeo que mostrava Peterson do lado de fora da escola Marjory Stoneman Douglas da cidade de Parkland, ao norte de Miami, enquanto ocorria o massacre.

Scot Peterson, 56 - Broward Sheriff's Office Jail/Reuters

Peterson "não fez absolutamente nada para evitar o tiroteio que matou 17 crianças, professores e funcionários e feriu outras 17 pessoas", disse o comissário do FDLE Rick Swearingen.

"Não pode haver desculpas para sua completa inação nem se pode questionar que esta inércia custou vidas", acrescentou.

Ao tomar conhecimento da notícia, Fred Guttenberg, pai de Jamie, de 14 anos, que morreu no ataque, disse que Petersen poderia "apodrecer no inferno".

"Poderia ter salvado um dos 17. Poderia ter salvado minha filha", escreveu Guttenberg em uma rede social. "Não fez nada e depois mentiu. Agora merece a miséria que está por chegar."

Gregory Tony, novo xerife do condado de Broward, ao qual pertence Parkland, disse que "nunca é muito tarde para prestar contas e se fazer justiça".

Peterson era o policial que estava em serviço na escola MSD quando ocorreu o ataque que lançou um movimento nacional contra as armas.

Segundo o comunicado, o oficial não procurou saber de onde vinham os disparos e ficou escondido durante o ataque enquanto as vítimas eram atingidas. Também recomendou aos outros policiais que foram ao local do crime que permanecessem a 150 metros do edifício.

Em março do ano passado, quando foi divulgado o primeiro dos vídeos, Trump acusou o policial de ter sido covarde e disse que teria entrado na escola se estivesse no lugar dele.

Peterson respondeu por meio de um advogado que agiu conforme o protocolo da polícia, posição que tem mantido até agora.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.