Presidente em exercício da Moldova dissolve Parlamento e convoca eleições

Medida agrava crise política no país que se arrasta desde o pleito legislativo de fevereiro

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Chisinau (Moldova) | AFP e Reuters

O presidente em exercício da Moldova, Pavel Filip, dissolveu o Parlamento neste domingo (9) e convocou novas eleições para setembro, aprofundando uma disputa entre partidos pela formação de um novo governo.

Filip, que ocupava o cargo de primeiro-ministro, foi nomeado presidente em exercício após a suspensão, também neste domingo (9), do presidente pró-Moscou Igor Dodon por parte da Corte Constitucional.

Assim que assumiu o cargo, Filip assinou os decretos de dissolução do Parlamento e de convocação para eleições em 6 de setembro, anunciou a Presidência.

No sábado (8), o Partido Socialista de Dodon anunciou que formaria um governo de coalizão com o bloco pró-União Europeia Acum, uma aliança improvável que tinha como objetivo manter o Partido Democrata da Moldova, do magnata Vladimir Plahotniuc, fora do poder. 

O presidente interino Pavel Filip, à dir., ao lado do líder do Partido Democrático de Moldova, Vladimir Plahotniuc, em comício em Chisinau
O presidente interino Pavel Filip, à dir., ao lado do líder do Partido Democrático de Moldova, Vladimir Plahotniuc, em comício em Chisinau - Valentyn Ogirenko/Reuters

A crise política começou após as eleições legislativas de fevereiro, que terminaram sem a definição de uma maioria clara.

A legenda de Plahotniuc afirmou que essa nova administração havia tentado tomar o controle do país a mando da Rússia. Criticou ainda a recusa de Dodon de dissolver o Parlamento após os partidos descumprirem uma decisão judicial, que estabelecia 7 de junho como data-limite para as legendas formarem um governo. 

Mais de 10 mil apoiadores de Plahotniuc e de Filip foram às ruas da capital, Chisinau, para pedir a renúncia de Dodon, chamando-o de "traidor".

Dodon afirmou que a corte responsável por sua suspensão não era independente e acusou os democratas, segunda maior força do Parlamento, de uma tentativa de tomar o poder.

"Cidadãos com visões diferentes podem se unir por um objetivo comum: a libertação da República da Moldova de um regime criminoso e ditatorial", afirmou em nota o agora ex-presidente. 

Pequena nação com 3,3 milhões de habitantes situada entre a Ucrânia e a Romênia, a Moldova luta para sair de sucessivas crises políticas e se vê, com frequência, afetada por escândalos, como a descoberta, em 2016, de que US$ 1 bilhão de dólares (R$ 3,85 bilhões), 15% de seu PIB, desapare ceu de três bancos do país.

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