Descrição de chapéu Governo Trump

Trump faz piada com Putin e pede para ele não interferir em eleições dos EUA

Criticado por relação com líder russo, americano adota tom cordial em encontro no G20

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Osaka | Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu ironicamente nesta sexta-feira (28) a seu colega russo, Vladimir Putin, que Moscou não interfira nas eleições presidenciais americanas de 2020. 

Uma investigação de dois anos sobre a campanha de influência orquestrada pela Rússia durante as eleições de 2016 tem pairado sobre a gestão Trump, frustrando o presidente americano, que disse buscar melhores relações com o Kremlin. 

Putin e Trump conversavam com repórteres em Osaka, no Japão, onde estão para participar da cúpula do G20, antes da primeira reunião formal bilateral entre eles desde uma polêmica cúpula em Helsinque, em julho passado.

Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos EUA, Donald Trump, durante o encontro entre eles em Osaka
Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos EUA, Donald Trump, durante o encontro entre eles em Osaka - Brendan Smialowski/AFP

Questionado se ele abordaria a questão da interferência russa durante o encontro, Trump disse: “Sim, claro que vou”, levando a uma risada de Putin.

Trump então se virou para o líder russo e, com dedo em riste, afirmou: “Não interfira na eleição, por favor”.

O americano também aproveitou a ocasião para fazer um novo ataque à imprensa. "Livre-se deles", 
disse ao russo se referindo aos jornalistas presentes. 

"Fake news é realmente um ótimo termo, não é? Vocês não tem esse problema na Rússia, mas nós temos", completou o americano, fazendo Putin responder em inglês: "Nós também temos, é igual".

Críticos do presidente americano o acusam de ser muito amigável com o russo e consideram que ele falhou em confrontá-lo publicamente em Helsinque. 

Agências de inteligência dos Estados Unidos concluíram que operadores russos invadiram computadores do Partido Democrata e usaram contas falsas de redes sociais para atacar Hillary Clinton, adversária de Trump na eleição de 2016.

O procurador especial Robert Mueller passou dois anos investigando suspeitas de laços entre a campanha de Trump e Moscou. 

Mueller descobriu que a Rússia de fato interferiu nas eleições, mas não encontrou evidências de que a campanha de Trump tenha conspirado ilegalmente com o país para influenciar os votos.

A relação entre os dois países é historicamente complicada, mas a situação piorou ainda mais nos últimos anos. A decisão russa de anexar a Crimeia da Ucrânia em 2014 e o apoio de Putin ao ditador sírio, Bashar al-Assad, deixaram o cenário ainda mais difícil. 

Trump, porém, já disse que quer virar a página e trabalhar com Putin em questões como frear as ambições nucleares da Coreia do Norte. “É uma grande honra estar com o presidente Putin”, disse ele aos jornalistas. “Temos muitas coisas para discutir, incluindo o comércio e incluindo algum desarmamento.”

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