França aplicará ecotaxa de até 18 euros a passagens de avião

Governo quer investir arrecadação em transporte ecológico; ações da Air France caíram após medida

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Paris | AFP

A França vai aplicar uma taxa ecológica entre 1,50 e 18 euros (equivalente a R$ 6,30 e R$ 76) sobre passagens de avião, em uma tentativa de limitar o impacto ambiental do transporte aéreo

O imposto será aplicado a todos os voos que decolarem de aeroportos franceses a partir de 2020 —exceto viagens de conexão, os que vão para a ilha mediterrânea francesa da Córsega e para os territórios ultramarinos franceses, explicou na terça-feira (9) a ministra dos Transportes, Elisabeth Borne.

Aviões no aeroporto Charles-de-Gaulle em Roissy, perto de Paris
Aviões no aeroporto Charles-de-Gaulle em Roissy, perto de Paris - Christian Hartmann-26.ago.18/Reuters

A taxa será de 1,50 euro para a classe econômica (9 euros para a classe executiva) dos voos domésticos e intraeuropeus, e de 3 euros na classe econômica (18 euros na executiva) para os voos com destino fora da União Europeia.

O governo francês espera que esse novo imposto arrecade 180 milhões de euros (R$ 760 milhões) por ano a partir de 2020, que serão investidos em infraestrutura de transporte mais ecológica, especialmente ferroviária, informou a ministra.

Após o anúncio, a Air France emitiu um comunicado no qual considerou a medida "incompreensível".

"Esta nova taxa penalizará fortemente a competitividade da Air France, em um momento em que a companhia necessita reforçar suas capacidades de investimento para acelerar a redução de seu impacto ambiental, sobretudo em seu plano de renovação da frota", indicou a companhia francesa.

O grupo estimou que a medida lhe fará perder mais de 60 milhões de euros (R$ 253 milhões) por ano.

Após o anúncio do novo imposto, as ações da Air France-KLM caíram na bolsa quase 4%, até 8,54 euros.​

A Suécia introduziu um imposto similar em abril de 2018, que implicou em uma taxa adicional de até 40 euros para os passageiros, em uma tentativa de baixar as emissões de CO².

O país nórdico viu nascer recentemente um movimento chamado "flight shaming", em referência à vergonha ou culpa por voar, liderado pela jovem ativista Greta Thunberg, que se tornou símbolo da luta contra a mudança climática.

O movimento coincide com diversas iniciativas para limitar a pegada poluente da aviação, que emite 285 gramas de CO² por quilômetro percorrido por passageiro. Em comparação, o transporte viário emite 158 gramas, e o ferroviário, 14.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.