Uma sucessão de falhas iniciada por um erro da transmissora de eletricidade Transener causou o apagão que afetou Argentina e Uruguai no dia 16 de junho, afirmou nesta quarta-feira (3) o secretário de Energia argentino, Gustavo Lopetegui.
O governo de Mauricio Macri foi alvo de críticas pelo colapso. Desde que assumiu, em dezembro de 2015, as tarifas de energia, antes fortemente subsidiadas, subiram quase 1.000%.
O argumento do governo era de que a defasagem dos valores cobrados impedia que as empresas fizessem os investimentos necessários no serviço.
O governo atribuiu o apagão a uma “falha maciça” no sistema de transmissão entre Yacyretá, represa binacional na fronteira com o Paraguai, e Salto Grande. Essa falha provocou a desativação automática das usinas hidrelétricas, segundo a distribuidora Edesur.
"O sistema elétrico argentino é robusto. Uma sucessão de falhas nos levou ao colapso", afirmou Lopetegui diante uma comissão do Senado que o inquiriu sobre o apagão.
Segundo o secretário, um erro operacional da empresa encarregada do transporte elétrico de alta tensão por cerca de 18 mil km de linhas no país deu início a essa cadeia de falhas.
A transmissora Transener "não cumpriu o protocolo" de segurança estabelecido, gerando a primeira falha.
Por sua vez, as geradoras e distribuidoras de energia não reagiram a esse primeiro problema, o que acabou causando o apagão, que se estendeu por 14 horas, afirmou o secretário.
"Esse erro operacional foi reconhecido pela empresa em seus informes", acrescentou.
O secretário disse que as conclusões fazem parte de um informe preliminar e que, em até 45 dias, um documento final permitirá estabelecer as penalidades a serem aplicadas pelo órgão regulador do setor, Enre.
Transener é uma empresa mista, com 50% do capital nas mãos da empresa privada Pampa Energia e 50% da estatal Ieasa.
O apagão afetou 44 milhões de pessoas na Argentina e 3,4 milhões no Uruguai. Cortes de energia isolados também foram verificados no Paraguai.
Os dois países compartilham um sistema interconectado de energia elétrica, centralizado na usina binacional de Salto Grande, a cerca de 450 km de Buenos Aires.
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