Irã diz ter apreendido navio petroleiro estrangeiro no golfo com 12 pessoas a bordo

País não revelou nacionalidade da embarcação, mas disse que era operada por contrabandistas

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Teerã | AFP

​A Guarda Revolucionária iraniana anunciou nesta quinta-feira (18) que se apoderou de "um petroleiro estrangeiro" que estaria contrabandeando combustível para o Golfo. 

A embarcação teria sido apreendida no domingo (14), ao sul da ilha iraniana de Lark, no Estreito de Hormuz, informou o Sepah News, site oficial da Guarda Revolucionária, o exército de elite ideológico iraniano, sem especificar o nome do barco ou qual seria sua bandeira.

Imagem divulgada pelo Irã mostra navio apreendido no estreito de Hormuz - Guarda Revolucionária do Irã/AFP

"Este barco, com 12 tripulantes a bordo, estava a caminho para entregar contrabando de combustível [recebido de] navios iranianos a navios estrangeiros em regiões mais distantes quando foi interceptado pela Força Naval da Guarda Revolucionária", de acordo com o Sepah News. O navio estava carregando 1 milhão de litros de petróleo, ou cerca de 6.200 barris. 

O anúncio acontece duas semanas depois de a polícia e os serviços alfandegários de Gibraltar, auxiliados pelos fuzileiros navais britânicos, interceptarem um petroleiro iraniano na costa do território britânico, localizado no extremo sul da Espanha. 

Na semana passada, o Irã tentou bloquear um petroleiro britânico, mas a Marinha do Reino Unido interveio, e a passagem foi liberada. 

De acordo com o Sepah News, o relatório do navio confiscado no domingo foi entregue aos tribunais, que estão investigando o assunto. 

Na terça-feira, o Ministério do Exterior iraniano anunciou que seu país havia dado assistência a "um petroleiro estrangeiro que tinha um problema técnico" no Golfo. 

Mais cedo, a organização TankerTrackers, especializada em monitorar carregamentos de petróleo, relatou a entrada em águas iranianas em 14 de julho de um petroleiro de bandeira panamenha, de nome Riah, que fazia viagens no Estreito de Ormuz para reabastecer outros navios.

De acordo com a TankerTrackers, o sinal do sistema automático de identificação de petroleiros havia sido interrompido naquele momento. 

A última posição conhecida do Riah foi no estreito de Hormuz, na ilha de Qeshm, localizada a menos de 11 km a oeste de Lark.

A tensão na região do estreito Hormuz, por onde passa quase um terço do petróleo mundial transportado por via marítima, alcançou o ponto máximo nas últimas semanas com uma espiral de eventos, como os ataques de origem desconhecida contra petroleiros e a destruição de um drone americano pelo Irã.

Teerã, acusada por Washington de provocar atos de sabotagem contra cargueiros, negou qualquer responsabilidade.

Em um clima de elevada tensão entre os países, o governo dos Estados Unidos expressou o desejo de formar uma coalizão marítima internacional para garantir a liberdade de navegação no Golfo.

Um dos fatores que geraram a intensificação do conflito foi a retirada de Washington, no ano passado, do acordo internacional assinado em 2015 sobre o programa nuclear iraniano, ao acusar Teerã de desestabilizar a região.

O governo dos Estados Unidos restabeleceu as duras sanções contra o Irã, especialmente contra as exportações de petróleo, ao mesmo tempo que afirmou que não desejava uma guerra com a República Islâmica.

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