Jantares com lagosta geram fortes críticas a ministro do Ambiente da França

François de Rugy é questionado por realizar eventos luxuosos com dinheiro público

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Paris | Reuters

O Ministro do Ambiente e Energia da França corre risco de perder o cargo após a divulgação de imagens que o mostram em jantares luxuosos, com lagosta e vinhos caros, quando era presidente da Assembleia Nacional.

O site Mediapart publicou reportagens nesta semana que revelaram que o ministro François de Rugy e sua mulher ofereceram diversos jantares caros, a maioria para amigos, em sua residência oficial em Paris, entre junho de 2017 e outubro de 2018.

François de Rugy, ministro do Ambiente, no Palácio do Eliseu, em Paris - Ludovic Marin - 10.jul.2019/AFP

Embora não haja suspeitas de ilegalidades, as fotos reforçam a imagem de um "governo de intocáveis". O líder francês, Emmanuel Macron, criticado por políticas a favor de empresários e por cortar impostos de milionários, luta contra a alcunha de "presidente dos ricos".

Rugy também sofreu críticas após a revelação de que a reforma de sua residência oficial, que custou 63 mil euros (R$ 266 mil), foi paga com dinheiro público. 

Imagens de lagostas enormes em uma mesa coberta de flores à luz de velas, para um jantar de Dia dos Namorados, também geraram revolta.

Rugy, 45, ex-membro do Partido Verde e ativista ambiental, casado com uma jornalista que cobre celebridades, inicialmente não pediu desculpas e chamou as críticas sobre sua conduta de "grotescas".

"Eu assumo toda a responsabilidade pelo fato de que um líder do Parlamento ou um ministro deve ser capaz de oferecer jantares de reuniões informais com empresários e personalidades da cultura e das universidades", disse ele na quarta-feira (10).

Depois, na quinta-feira (11), conforme as críticas aumentavam, ele disse estar disposto a corrigir qualquer "erro de julgamento" que possa ter cometido.

Ele encurtou uma visita ao oeste da França nesta quinta-feira e se reuniu com o primeiro-ministro na parte da tarde.

Apesar de a porta-voz do governo dizer na quarta que o ministro do Ambiente tinha o apoio de Macron, o presidente se viu sob pressão da oposição. Ao menos dois ex-ministros pediram a saída de Rugy. 

Macron tem sido um defensor enfático do Acordo de Paris no exterior. Ele inclusive pressionou o Brasil a se manter no acordo. Rugy tem ajudado o presidente nessa tarefa, além de ter as missões de levar a França a avançar no uso de energias mais limpas. 

 
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.