Justiça ordena apreensão de celular de governador de Porto Rico por escândalo de mensagens

Mandado de busca também foi emitido a outros 11 ligados a chats ofensivos no Telegram

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San Juan (Porto Rico) | AFP

A Justiça de Porto Rico emitiu na segunda (22) mandados de busca para o governador do território, Ricardo Rosselló, e outros 11 homens ligados ao vazamento de conversas com mensagens ofensivas trocadas pelo aplicativo Telegram. A ordem judicial determina a apreensão dos telefones celulares de todos, e está sendo executada nesta terça (23).

A porta-voz do Departamento de Justiça de Porto Rico, Mariana Cobian, não forneceu mais detalhes, pois disse que se trata "de uma investigação em andamento". Não se sabe, portanto, se o telefone do governador foi de fato apreendido.

A ordem judicial vem um dia depois de 500 mil pessoas marcharem na capital San Juan pedindo a renúncia de Rosselló, no décimo dia de protestos pelo escândalo chamado de “chatgate”. Os protestos tiveram início após a divulgação de mensagens enviadas pelo governador em chats privados nas quais fez críticas e piadas preconceituosas.

Nas conversas, feitas em um grupo fechado de 12 homens no aplicativo Telegram, ele ataca outros políticos, jornalistas e artistas do país, como Bad Bunny e Ricky Martin —o cantor foi alvo de comentários homofóbicos do governador. 

No domingo (21), o governador de centro-direita anunciou que desistiria de buscar a reeleição no pleito de 2020 e que deixaria a liderança de seu partido, mas se recusou a renunciar do cargo.

Na segunda (22), pediu aos porto-riquenhos que lhe dessem outra chance, explicando que havia feito mudanças significativas nas políticas para as mulheres e a comunidade LGBT.

Rosselló, 40, também é criticado pela falta de ação durante a passagem do furacão Maria, que deixou mais de 3.000 mortos no território em 2017. Em uma mensagem vazada, ele faz piada sobre os cadáveres que se amontoavam nos necrotérios.

Os protestos começaram a afetar a economia da ilha, um território dos Estados Unidos. Autoridades de turismo estimam que cinco navios de cruzeiro que cancelaram paradas em San Juan custaram cerca de US$ 3,25 milhões em prejuízo para lojas, restaurantes e comércio.

Ainda nesta terça, o chefe de gabinete do governador, Ricardo Llerandi, renunciou ao cargo. "Neste momento histórico, é meu dever colocar o bem-estar da minha família acima de qualquer consideração", escreveu ele na carta em que pediu demissão, afirmando que havia recebido ameaças.

Llerandi é o único envolvido no escândalo que declarou publicamente ter entregado seu telefone celular às autoridades porto-riquenhas. 

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