Polícia de Hong Kong lança balas de borracha e gás lacrimogêneo contra manifestantes

Onze pessoas foram presas e 24 ficaram feridas no ato de sábado; é o segundo dia que os agentes de segurança usam armamento contra as pessoas

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Hong Kong | AFP

Milhares de manifestantes pró-democracia começaram uma nova marcha não autorizada em Hong Kong, neste domingo (28), um dia depois do confronte em que a polícia lançou gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os participantes do ato. Novamente, agentes de segurança usaram armas não letais contra a população que protestava.

Os manifestantes se concentravam hoje no coração da cidade. A polícia havia autorizado apenas um protesto parado em um parque, mas os manifestantes começaram a percorrer as ruas da cidade que resultou em um novo enfrentamento com os agentes de segurança.

Equipe do batalhão de choque da polícia usou um alto-falante para solicitar o fim do ato e informar que a manifestação era ilegal. Em seguida, os agentes atiraram novas balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra as pessoas. 

Em resposta, os manifestantes tentavam se proteger com guarda-chuvas e jogam óleo de cozinha nas ruas para tornar o chão mais escorregadio para andar, informou a emissora CNN. Eles também atiraram objetos e pedras contra os policiais.

Segundo jornalistas da AFP, a polícia deteve vários participantes do ato. Dois jornalistas foram atendidos após serem feridos e um manifestante tinha o rosto cheio de sangue.

Hong Kong, administrado sob um arranjo conhecido como "um país, dois sistemas", que garante liberdades inexistentes no continente, é controlado pela China.

No sábado (27) a polícia também usou gás lacrimogêneo e balas de borracha em um ato que ocorreu próximo a fronteira. Os manifestantes também lançaram objetos e cercaram um veículo dos agentes.

Onze pessoas foram detidas ontem, segundo a polícia local. As autoridades informaram que o confronto resultou em 24 feridos, dois deles em situação grave.

Há uma semana, 45 pessoas ficaram feridas em Yuen Long, após outro protesto. Na ocasião homens vestidos de branco, armados com bastões e tacos, agrediram os manifestantes antigoverno que voltavam para suas casas. 13 pessoas foram detidas.

Hong Kong leva sete semanas em crise. “O uso da força aumenta nos dois lados, mas há um desiquilíbrio maior porque a polícia tem armas letais”, disse a deputadas pró-democracia Claudia Mo.

As manifestações surgiram como resultado de um projeto de lei polêmico que previa a facilitação de extradições para a China, mas resultou em um movimento mais amplo que exige reformas democráticas para impedir a perda da liberdade. 

Pequim condenou os atos violentos, qualificou-os de “absolutamente intoleráveis” e optou por deixar que autoridades locais solucionem a crise.

Manifestantes em novo protesto neste domingo (28) em Hong Kong
Manifestantes em novo protesto neste domingo (28) em Hong Kong - Vivek Prakash/AFP
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