Manifestantes ignoram proibição e fazem novo protesto em Hong Kong

Policiais dispararam balas de borracha e gás lacrimogêneo contra a multidão

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Hong Kong | AFP

A polícia de Hong Kong disparou balas de borrachas e lançou gás lacrimogêneo contra os manifestantes que se reuniram em Yuen Long, perto da fronteira com a China, neste sábado (27). Os protestos haviam sido proibidos pelas autoridades. O local de confronto foi escolhido por ser onde ativistas pró-democracia foram atacados por supostos membros de uma gangue na semana passada.

Redes de televisão locais transmitiram imagens mostrando os agentes jogando gás lacrimogêneo contra uma multidão em Yuen Long. Manifestantes atiraram objetos em direção a polícia e cercaram um carro dos agentes de segurança.

Hong Kong, administrado sob um arranjo conhecido como "um país, dois sistemas", que garante liberdades inexistentes no continente, é controlado pela China.

As autoridades decidiram proibir a manifestação, alegando que havia o risco de os manifestantes atacarem os moradores locais.

No entanto, parte da população decidiu ignorar as autoridades e se organizaram para espalhar as chamadas para se juntar ao ato através dos canais de mensagens que o movimento usa e que não têm líderes proeminentes. 

Nas ruas, muitas lojas estavam fechadas. Ao contrário dos protestos anteriores, poucos manifestantes carregavam cartazes ou faixas. 

"Todos os que vieram para cá fizeram isso sozinhos", disse um profissional de saúde de 25 anos. "Então eu não acho que seja uma concentração ilegal, eu simplesmente vim como um indivíduo para expressar o que eu penso." 

Outro manifestante afirmou que queria mostrar que não está "com medo". "A polícia e o governo estão juntos, eliminando a liberdade das pessoas de expressar suas opiniões", acrescentou. 

No sábado (26), mais de mil manifestantes ocuparam o aeroporto do território semi-autônomo, em mais um protesto contra a administração local e o governo de Pequim.

As manifestações surgiram como resultado de um projeto de lei polêmico que previa a facilitação de extradições para a China, mas resultou em um movimento mais amplo que exige reformas democráticas para impedir a perda da liberdade. 

A ex-colônia britânica, que foi devolvida à China em 1997, atravessa sua pior crise política em décadas. Já são dois meses de protestos cada vez mais violentos que representam um dos maiores desafios aos governantes do Partido Comunista em Pequim.

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