Boris Johnson tem tudo para ser um primeiro-ministro incomum.
Ele certa vez descreveu o mesmo processo pelo qual acaba de ser eleito como uma “fraude gigantesca”.
O agora premiê já se referiu à África como um país. Já chegou a dizer que seria mais provável ele “reencarnar como azeitona” que ser eleito líder do Reino Unido.
Desde que se tornou primeiro-ministro, na terça-feira (24), os tabloides britânicos vêm especulando se ele vai romper com mais uma ortodoxia: Johnson vai se mudar para Downing Street, número 10, em Londres, com sua namorada, Carrie Symonds, fazendo dos dois o primeiro casal não casado a ocupar a residência histórica?
A mídia britânica divulgou que Symonds provavelmente se mudará para a casa no final de semana, para não correr o risco de roubar as atenções de Johnson em seu momento especial sob os holofotes.
O casal é alvo de interesse intenso da mídia britânica desde que começaram a namorar, no ano passado. O novo premiê tem 55 anos, e Symonds, 31. Johnson está no processo de divorciar-se de sua esposa, Marina Wheeler, com quem tem quatro filhos e foi casado por 25 anos.
O interesse atingiu nível febril no mês passado quando a polícia foi ao apartamento compartilhado por Johnson e Symonds em Camberwell, na zona sul de Londres, pouco depois da meia-noite, chamada por vizinhos que ficaram preocupados ao ouvir uma discussão doméstica ruidosa.
O jornal The Guardian informou que um vizinho gravou a discussão em seu celular, dizendo que ouviu Symonds gritar “saia de cima de mim” e “fora do meu apartamento!”.
Symonds também teria gritado várias vezes com Johnson por ele ter derrubado vinho sobre o sofá, e Johnson a teria mandado parar de usar o laptop dele.
Mais tarde, a campanha de Johnson se negou a responder a perguntas sobre a briga, e ele descreveu a obsessão com o assunto como algo que “transcende a sátira”.
O incidente colocou Symonds sob os holofotes nacionais, mostrando-a sob ótica pouco elogiosa, ocultando o fato de ela ser uma profissional altamente respeitada, independentemente de sua relação com Johnson.
Symonds já trabalhou como diretora de comunicações do comando do Partido Conservador e foi assessora de Sajid Javid, o novo secretário de Finanças. No momento, ela trabalha para a organização de conservação ambiental Oceana.
No Twitter, ela se descreve como conservacionista que combate a poluição com plásticos. Muitos de seus tuítes recentes tratam de bem-estar animal e sustentabilidade.
Em junho ela retransmitiu mensagens de Johnson no Twitter em que ele disse que, se fosse escolhido primeiro-ministro, “acabaria com o flagelo da poluição plástica”.
Não está claro qual será o papel de Symonds na administração de Boris Johnson e na vida pública.
Os deveres de uma primeira-dama ou de um primeiro-cavalheiro são muito menos formalizados no Reino Unido que nos EUA e variam segundo quem ocupa essa posição.
Mas os(as) companheiros(as) de premiês recém-eleitos geralmente os acompanham quando eles são recebidos pela rainha no Palácio de Buckingham.
Nos Estados Unidos, onde figuras como Eleanor Roosevelt, Jackie Kennedy e Michelle Obama se tornaram objetos de adoração e fascínio público depois de chegarem à Casa Branca, as primeiras-damas exercem um papel de grande destaque.
No Reino Unido, porém, os consortes de políticos muitas vezes adotam um perfil mais discreto. Foi o caso de Philip, o marido da última premiê, Theresa May, e também de Samantha Cameron, esposa do ex-primeiro-ministro David Cameron.
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