Descrição de chapéu Governo Trump

Se não gostam dos centros de detenção, então não venham, diz Trump a imigrantes

Presidente afirmou ainda que estrangeiros vivem melhor em cela nos EUA do que em seus países

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Washington | AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rejeitou nesta quarta-feira (3) as informações sobre superlotação e condições precárias nos centros de detenção de imigrantes ilegais no país, acrescentando que têm a opção de "não vir".

"Se os imigrantes ilegais não estão contentes com as condições dos centros de detenção construídos ou reformados rapidamente, diga a eles que não venham. Problema resolvido!", publicou Trump em uma rede social.  

Donald Trump, presidente dos EUA, ao assinar lei na Casa Branca
Donald Trump, presidente dos EUA, ao assinar lei na Casa Branca - Nicholas Kamm - 1º.jul.19/AFP

"Muitos desses estrangeiros ilegais estão vivendo muito melhor agora do que [nos lugares de] onde vieram, e em condições muito mais seguras", acrescentou, em outro tuíte. 

O departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) alertou na véspera para os riscos causados pela superlotação e insegurança nos centros de detenção de imigrantes ilegais no Texas, onde os congressistas democratas têm denunciado "terríveis condições de vida". 

"Estamos preocupados com a superlotação e a permanência prolongada, que representam risco imediato para a saúde e a segurança dos agentes e oficiais do DHS, assim como para os detidos", destaca o relatório da inspetoria geral do departamento. 

Em junho, dois membros do DHS visitaram cinco centros de detenção na fronteira com o México, por onde um grande número de imigrantes tentou entrar ilegalmente nos Estados Unidos nos últimos meses. 

Em maio, 144 mil pessoas foram detidas por agentes de fronteira, mas não há espaço suficiente nessas estruturas ou nos centros de recepção para onde normalmente menores e famílias são transferidos. 

Segundo o relatório, crianças com menos de sete anos não acompanhadas permanecem por mais de duas semanas esperando a transferência. Elas, na verdade, deveriam ser entregues a parentes ou agências governamentais especializadas no prazo de 72 horas.

Entre as condições que violam os padrões do DHS, os inspetores assinalaram a falta de lavanderias, chuveiros, comida quente e a possibilidade de trocar de roupa. 

Algumas fotos no relatório revelam celas abarrotadas e habitações divididas por telas de arame.

Um funcionário descreve a situação como uma "bomba relógio", citando vários incidentes ocorridos entre os detidos. 

A publicação do relatório ocorre após a visita de congressistas democratas a centros de detenção da polícia de fronteira nas cidades de El Paso e Clint. 

O líder da delegação, Joaquín Castro, relatou à imprensa celas femininas "sem água corrente" e que, por isso, as detidas tinham que beber "água das privadas". 

A congressista Alexandria Ocasio-Cortez, que também integrou a delegação, declarou que os imigrantes estão sendo submetidos a uma "crueldade sistêmica".

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