O Comitê de Inteligência do Senado americano concluiu que os sistemas eleitorais de todos os 50 estados dos EUA foram alvos de ataques de hackers russos durante a eleição presidencial de 2016.
Segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira (25), não foram encontradas evidências de que "votos tenham sido alterados ou que urnas eleitorais tenham sido manipuladas". O documento também relata que a ação russa não foi detectada por agentes estaduais e federais à época.
Embora as autoridades americanas já tivessem conhecimento de ataques hackers que atingiram os estados de Illinois e Arizona, o relatório descreve os esforços da inteligência russa como muito mais amplos do que o governo federal havia reconhecido inicialmente.
No caso de Illinois, o documento afirma que "agentes russos tinham condições de deletar ou mudar dados de eleitores".
Embora o relatório não adote tom crítico em relação às agências de inteligência americanas ou aos estados, o documento descreve uma série de falhas que levaram as ações russas a serem subestimadas.
Em alguns casos, alertas a autoridades estatais foram discretos demais, o que as levou a não reagir ou a rejeitar assistência do governo federal, segundo o relatório.
As conclusões do Comitê foram reveladas após menos de 24h do depoimento do ex-procurador especial Robert Mueller à Câmara dos Deputados.
Mueller foi o responsável por investigar se houve conluio entre russos e a campanha do então candidato Donald Trump, assim como se o presidente obstruiu a Justiça durante a realização do inquérito.
Em seu depoimento, o ex-procurador disse aos deputados que a Rússia se preparava para intervir nas eleições americanas de 2020 "neste exato momento em que estamos sentados aqui".
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