Taiwan dará abrigo a manifestantes de Hong Kong que temem governo chinês

Região tem onda de protestos contra autoritarismo de Pequim há cinco semanas

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São Paulo

O governo de Taiwan dará assistência aos manifestantes de Hong Kong que pediram asilo com medo de perseguição pela China, segundo anúncio feito nesta sexta-feira (19). 

De acordo com a mídia local, cerca de 30 ativistas envolvidos nos protestos das últimas semanas, que incluíram uma invasão ao Parlamento de Hong Kong, foram para a ilha, segundo o jornal Apple Daily, de Taiwan. 

Manifestantes em protesto em Taipei em apoio a honcongueses contra projeto de lei de extradição
Manifestantes em protesto em Taipei em apoio a honcongueses contra projeto de lei de extradição - Sam Yeh - 16.jun.19/AFP

"Podemos prover a assistência necessária a moradores de Hong Kong cuja segurança e liberdade estão em perigo por razões políticas", disse o governo de Taiwan em um comunicado, segundo o jornal The Guardian. 

Taiwan já deu abrigo a dissidentes chineses, embora o país não reconheça o conceito legal de asilo político. No entanto, permite aos opositores chineses ficarem lá por meio de vistos de longa duração. 

País autônomo de regime democrático, Taiwan é considerado uma província rebelde pela China, que não reconhece a independência da ilha.

Hong Kong está há cinco semanas mergulhada em sua pior crise na história recente, com grandes manifestações que, em alguns casos, levaram a violentos confrontos entre a polícia e uma minoria mais radical.

Os ativistas querem a retirada total de um projeto de lei de extradição que permitirá, se aprovado, que suspeitos sejam enviados para a China continental para serem julgados. Eles também pedem a renúncia da chefe-executiva do território, Carrie Lam.

Sob pressão, Lam suspendeu o projeto de extradição em meados de junho e, na semana passada, declarou que a proposta estava "morta", mas opositores querem a formalização da retirada do processo legislativo. 

Hong Kong retornou ao domínio chinês em 1997 sob a fórmula conhecida como "um país, dois sistemas", que garante liberdades por 50 anos que não são desfrutadas na China continental, incluindo o direito de protestar e um judiciário independente.

Mas muitos moradores se preocupam com o que veem como uma erosão dessas liberdades e uma marcha implacável em direção ao controle do continente. Pequim nega interferir nos assuntos de Hong Kong.

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