Tribunal Internacional condena ex-líder rebelde congolês por crimes contra a humanidade

Ntaganda foi considerado culpado por atos cometidos quando comandou milícia no país

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Haia | AFP e Reuters

O Tribunal Penal Internacional condenou nesta segunda-feira (8) o ex-chefe de guerra congolês Bosco Ntaganda por crimes de guerra, crimes contra a humanidade e abusos cometidos em 2002 e 2003 em Ituri, na região nordeste da República Democrática do Congo.

"A câmara considera Bosco Ntaganda culpado de assassinatos, de ter liderado de forma intencional ataques contra civis, de estupros, de escravidão sexual, de assédio e de saques como crimes de guerra e crimes contra a humanidade", declarou o juiz Robert Fremr durante audiência em Haia.

Sua condenação é um raro sucesso para os promotores do tribunal internacional criado em 2002 para processar crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Bosco Ntaganda no início de seu julgamento no Tribunal Penal Internacional.
Bosco Ntaganda no início de seu julgamento no Tribunal Penal Internacional. - Eva Plevier/Pool/ Reuters

Conhecido como "terminator", Ntaganda matou um padre e foi considerado culpado por ordenar estupros de mulheres e meninas, uma delas de nove anos, recordou o juiz. A pena deve ser anunciada na próxima audiência.

Seus advogados argumentam que ele procurou manter a ordem entre as tropas, punindo aqueles que violaram as regras da guerra.

 
Temido ex-general do exército congolês, Ntaganda, 45, foi declarado culpado de 13 crimes de guerra e cinco crimes contra a humanidade. Ele afirmou ser inocente em 2015.

De acordo com várias ONGs, mais 60 mil pessoas morreram desde o início da violência em 1999, em Ituri, região instável e rica em minerais.

Bosco Ntaganda teve papel central no planejamento das operações da União de Patriotas Congoleses, e de seu braço armado, as Forças Patrióticas para a Libertação do Congo (FPLC), reiterou em agosto do ano passado a acusação, na última fase do julgamento.

O tribunal também condenou um de seus oponentes em tempo de guerra, Germain Katanga. 

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