O primeiro-ministro da Tunísia, Youssef Chahed, anunciou nesta sexta-feira (5) que o país baniu o uso em repartições públicas do niqab, um tipo de véu islâmico, por motivos de segurança.
A decisão foi tomada após um atentado suicida na capital, Túnis, cometido por um militante procurado pela polícia. Testemunhas afirmaram que ele detonou os explosivos enquanto vestia um niqab —a informação foi negada pelo Ministério do Interior.
O niqab é um tipo de véu que cobre o cabelo e o rosto da mulher, deixando apenas os olhos visíveis por uma abertura.
Foi o terceiro incidente do tipo em uma semana. Todos foram reivindicados pelo grupo terrorista Estado Islâmico.
As preocupações com segurança podem estar ligadas ao fato de que o mês de julho faz parte da alta temporada do país —o turismo é uma importante atividade para a economia local. A Tunísia também se prepara para realizar eleições no segundo semestre deste ano.
"Chahed assinou um decreto que veta a qualquer pessoa com o rosto coberto o acesso a prédios públicos, órgãos estatais e instituições, por razões de segurança", afirmou um oficial à agência de notícias Reuters.
Em 2011, as tunisianas conquistaram o direito de usar o niqab e o hiyab (lenço que cobre cabelo e pescoço, mas deixa o rosto visível) após décadas de proibição imposta pelos governantes seculares Habib Bourguiba (1957-1987) e Zine El Abidine Ben Ali (1987-2011), que rejeitavam as vestimentas islâmicas.
Desde os protestos da Primavera Árabe, que derrubaram o ditador Ben Ali, o país combate grupos militantes que operam em áreas remotas próximas à fronteira com a Argélia.
A Tunísia é um dos poucos países da região em que o poder é compartilhado entre partidos seculares e muçulmanos.
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