Ataque do Taleban com carro-bomba mata 14 em Cabul e fere centenas

Violência no Afeganistão não diminui, apesar de país estar próximo de pacto com EUA

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Cabul | Reuters

O Taleban reivindicou a responsabilidade por um ataque suicida com um carro-bomba contra uma delegacia na capital afegã, Cabul, nesta quarta (7). O atentado, que aconteceu na região oeste da cidade, matou 14 pessoas e feriu 145, segundo o governo.

A bomba explodiu quando o veículo que transportava o dispositivo foi parado em um posto de controle do lado de fora de uma delegacia, segundo o porta-voz do Ministério do Interior, Nasrat Rahimi.

A violência no Afeganistão não tem diminuído, apesar de o Taleban e os Estados Unidos estarem próximos de um pacto histórico que retiraria as tropas americanas do país em troca de o grupo extremista não usar o território afegão como base para ataques. 

Membro das forças de segurança do Afeganisão vigia local onde carro-bomba explodiu em Cabul
Membro das forças de segurança do Afeganisão vigia local onde carro-bomba explodiu em Cabul - Omar Sobhani/Reuters

A explosão aconteceu um dia depois que o Taleban pediu boicote à eleição presidencial de 28 de setembro e ameaçou atacar comícios eleitorais.

O vice-ministro do Interior, Khoshal Sadat, afirmou que quatro dos mortos eram policiais, e os demais, civis. Dos feridos, 92 eram civis. Algumas crianças estavam entre as vítimas.

"Novamente, um ataque suicida do Taleban em Cabul tem como alvo uma área civil que resultou em danos a tantos inocentes", disse Sediq Sediqqi, porta-voz do presidente Ashraf Ghani, em uma rede social.

"Ataques contínuos do Taleban indicam que eles não têm compromisso com a paz", disse Sediqqi depois de uma entrevista para a imprensa.

Separadamente, as forças de segurança do Afeganistão realizaram incursões em dois esconderijos de militantes do Estado Islâmico em Cabul durante a noite e mataram dois militantes, além de apreenderem uma grande quantidade de explosivos e equipamentos para fabricação de bombas, informou a Direção Nacional de Segurança (NDS).

Um enviado de paz dos EUA e líderes do Taleban reportaram progressos significativos nesta semana em conversas em andamento no Catar com o objetivo de terminar a guerra mais longa dos Estados Unidos.

Os militantes controlam mais território do que em qualquer momento desde que os Estados Unidos os tiraram do poder em 2001, e muitos funcionários do governo Trump temem que a guerra contra o Taleban não termine caso as tropas americanas saiam do país.

Cerca de 20 mil soldados estrangeiros, a maioria deles americanos, estão no Afeganistão como parte de uma missão da Otan liderada pelos EUA para treinar, auxiliar e aconselhar as forças afegãs.

O presidente Donald Tump anunciou que quer colocar um fim à guerra.

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