Dois ataques com míssil, drone e carro-bomba matam ao menos 32 no Iêmen

Não está claro se há relação entre os casos, ocorrido em Aden, no sul do país

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Aden e Dubai | AFP e Reuters

Dois ataques contra forças de segurança em Aden, no sul do Iêmen, mataram ao menos 32 pessoas, em sua maioria policiais, e deixaram várias outras feridas nesta quinta-feira (1º), anunciaram fontes oficiais e serviços médicos.

A autoria de um dos ataques foi assumida por rebeldes huthis, aliados do Irã, que lutam contra forças do governo do Iêmen, apoiado por uma coalização que inclui Arábia Saudita, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos. 

Membros de forças de segurança caídos no chão após ataque com míssil em Aden, no Iemên
Membros de forças de segurança caídos no chão após ataque com míssil em Aden, no Iemên - Fawaz Salman/Reuters

Desde 2014, o Iêmen é palco de uma guerra civil que já deixou dezenas de milhares de vítimas, incluindo muitos civis, segundo várias organizações humanitárias. Cerca de 3,3 milhões de pessoas tiveram de deixar suas casas. 

Rebeldes, que afirmam lutar contra a corrupção, controlam parte do território, inclusive a capital Sanaa, o que levou o governo a mudar sua sede para Aden.

 

De acordo com os rebeldes, um míssil e um drone foram usados para atacar um quartel da polícia em Al-Jalaa, 20 km ao oeste de Aden, nesta quinta. 

Poucos minutos antes, um atentado suicida com carro-bomba foi executado na entrada de um quartel-general no centro de Aden. A ação foi atribuída pelas autoridades a jihadistas, sem especificar que grupo terrorista teria executado a ação. Ao menos dez pessoas morreram e 16 ficaram feridas, segundo a entidade Médicos Sem Fronteiras. 

O ataque aconteceu no momento em que os policiais se reuniam para saudar a bandeira nacional. Não está claro se há relação entre os dois casos. 

Os atos tiveram como alvos as forças do "Cinturão de Segurança", agentes de polícia treinados e equipados pelos Emirados Árabes Unidos, um dos pilares da coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, que atua desde 2015 no Iêmen contra os rebeldes huthis.

Nos últimos anos, Aden foi palco de vários atentados que mataram centenas de pessoas. O último ataque suicida antes da ação ocorrida nesta quinta aconteceu em 24 de julho.

Antigo posto comercial próspero do império britânico no Oceano Índico, Aden era a capital do ex-Iêmen do Sul, um Estado independente até se fundir com o Iêmen do Norte, em 1990.

Uma das consequências do conflito entre os huthis e as forças pró-governo foi o reforço da presença dos grupos terroristas da Al-Qaeda e do Estado Islâmico no sul do Iêmen, onde os extremistas reivindicaram dezenas de atentados nos últimos anos.

Mais de quatro anos após o início da intervenção da coalizão liderada por Riad, os huthis seguem no controle de áreas do oeste e do norte do país, incluindo Sanaa. O sul está, em grande parte, sob controle das forças pró-governo.

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