Descrição de chapéu RFI

Chefe do Parlamento polonês pede demissão após usar avião do governo com familiares

Marek Kuchcinski é acusado de ter usado aeronaves militares uma centena de vezes entre 2018 e 2019

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

RFI

O presidente do Parlamento da Polônia, o conservador Marek Kuchcinski, anunciou sua renúncia nesta quinta-feira (8). Membro de um partido que prega a luta contra a corrupção, ele deixa o cargo após ter usado aviões do governo em viagens particulares, com sua família e amigos. O escândalo acontece dois meses antes das eleições legislativas no país.

 

Kuchcinski, 63, é acusado pela oposição e por parte da mídia de ter usado os helicópteros e aviões militares do país uma centena de vezes entre março de 2018 e maio de 2019.

Segundo documentos divulgados recentemente, vários desses voos, alguns se beneficiando da proteção para deslocamentos prioritários, foram realizados com amigos e membros de sua família, geralmente nos fins de semana.

Marek Kuchcinski, presidenten do Parlamento polonês, anuncia sua renúncia, em Varsóvia - Janek Skarzynski/AFP

Boa parte das viagens tinha com destino a região de Rzeszow, de onde o presidente do Parlamento é originário.

No início da semana, Kuchcinski, que é o segundo membro mais importante do governo de acordo com a Constituição da Polônia, limitou-se a pedir desculpas “aos que se sentiram ofendidos”.

Mas nessa quinta-feira ele apresentou sua demissão ao lado de Jaroslaw Kaczynski, chefe do partido PiS (Lei e Justiça), que dirige o governo do país.

“O presidente do Parlamento não violou nenhuma lei”, insistiu Kaczynski. “Mas como vocês jornalistas e uma parte importante da opinião pública não pensam da mesma maneira, posso dizer que a decisão do presidente [do Parlamento] mostra sua atitude coerente com nosso slogan: ouvir os poloneses e servir a Polônia”, acrescentou.

No entanto, Kuchcinski reconheceu que, em uma das ocasiões denunciadas, sua mulher viajava sozinha.

Ele chegou a anunciar que iria pagar o equivalente a 6.500 euros (R$ 28,5 mil), além de contribuir com organizações de caridade para compensar os voos de membros de suas famílias. Mas seu gesto foi considerado insuficiente.

O partido de Kuchcinski, que afirma ter entre suas prioridades a luta contra a corrupção e a influência comunista tolerada pelos governos anteriores, teme que o caso afete as eleições legislativas previstas para 13 de outubro.

Vários escândalos financeiros já atingiram o PiS desde que assumiu o poder, em 2015. Mas o partido, católico, conservador e nacionalista, mantém sua popularidade e continua na liderança para o pleito.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.