Decisão sobre importação de bonecas sexuais gera controvérsia na Coreia do Sul

Justiça decidiu que produtos deveriam ser tratados diferentemente de pornografia, muito restringida no país

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Sangmi Cha
Seul | Reuters

Uma petição pedindo a proibição da importação de bonecas sexuais em tamanho natural para a Coreia do Sul angariou quase 250 mil assinaturas até esta sexta-feira (2), ultrapassando o número de adesões a uma solicitação que exigia uma resposta do gabinete presidencial à questão.

Embora bonecas sexuais não sejam ilegais no país, as agências alfandegárias do governo bloqueiam a importação do produto sob uma lei que restringe materiais que “corrompam a moral pública”.

No entanto, a Alta Corte de Seul decidiu em janeiro que bonecas sexuais para uso pessoal deveriam ser tratadas diferentemente de pornografia, que é muito restringida pelas leis sul-coreanas.

Trabalhador prepara bonecas de silicone em empresa na cidade chinesa de Dalian
Trabalhador prepara bonecas de silicone em empresa na cidade chinesa de Dalian - Fred Dufour - 1º.fev.18/AFP

A decisão, confirmada pela Suprema Corte do país em junho, causou reação adversa, e uma petição encaminhada à Casa Azul (sede do governo) recolheu mais de 237 mil assinaturas.

O autor não identificado da petição argumentou que o influxo de bonecas de sexo importadas poderia resultar em alta nos crimes sexuais.

Um porta-voz do departamento de alfândega em Incheon disse que o órgão havia autorizado importações do Japão, mas que a admissão de importações vindas da China ainda estava sob revisão.

O presidente da distribuidora que contestou a decisão anterior da alfândega disse que não tinha como oferecer números totais das importações de bonecas infláveis para a Coreia do Sul.

Mas Lee Sang-jin disse que, desde a decisão da corte, havia “muitos indivíduos” viajando ao exterior para trazer bonecas ao país. Lee é presidente-executivo da MSHarmony, uma subsidiária da MSIL Co.

As bonecas em tamanho natural podem custar de 1 milhão de won (cerca de R$ 3.223) a 20 milhões de won (R$ 64,4 mil), a depender de opções como pele de silicone, cor dos olhos e sistemas de aquecimento do corpo que as fazem parecer mais humanas.

O autor da petição argumentou que os traços personalizáveis de algumas bonecas podiam ser usados para criar cópias de pessoas reais, uma preocupação que Lee descartou como infundada.

Tradução de Paulo Migliacci 

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