Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Eduardo Bolsonaro viajará aos EUA nesta sexta para encontrar Trump

Ida a Washington serviria para agradecer presidente americano por defesa do Brasil durante o G7

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Brasília e Washington

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, se reunirá nesta sexta-feira (30) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca.

O anúncio da viagem do parlamentar, que deve ser indicado ao cargo de embaixador do Brasil em Washington, foi feito pelo presidente Bolsonaro em um evento no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (29). 

"Quero agradecer publicamente a ele [Trump] pela defesa do Brasil por ocasião do encontro do G7", declarou o presidente brasileiro, em referência à cúpula de países ricos, na qual as queimadas na Amazônia foram discutidas. 

O deputado federal Eduardo Bolsonaro durante evento em Brasília
O deputado federal Eduardo Bolsonaro durante evento em Brasília - Adriano Machado - 21.ago.19/Reuters

Segundo Eduardo, que também é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o chanceler Ernesto Araújo e o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Filipe Martins, fará parte da comitiva aos EUA. Eles devem embarcar na noite desta quinta.

A reunião de Eduardo com Trump, que acontecerá às 14h (no horário de Brasília), começou a ser costurada na semana passada, durante telefonema entre o presidente americano e Bolsonaro, no qual os EUA ofereceram ajuda para combater as queimadas na Amazônia.

De acordo com um integrante do governo dos EUA, porém, o Brasil ainda não solicitou oficialmente qualquer ajuda à Casa Branca.

A expectativa é que Eduardo e Ernesto retornem no sábado a Brasília, mas a comitiva deve voltar à capital americana na semana que vem para um evento com o secretário do Departamento de Estado, Mike Pompeo.

Na capital americana, o filho do presidente também se encontrará com o escritor Olavo de Carvalho, guru ideológico do governo brasileiro, Jared Kushner, genro e conselheiro de Trump, John Bolton, assessor de Segurança Nacional do governo americano, além de Pompeo.

Após o lançamento no Planalto do programa Em Frente Brasil, voltado para o combate da violência, o deputado afirmou que pretende agradecer pessoalmente a Trump por ter garantido, segundo o parlamentar, que o "pêndulo" do G7 viesse para o lado brasileiro. 

"Estarei do lado do ministro Ernesto fazendo esse agradecimento, porque o peso americano no G7 é essencial. E o pêndulo veio para o lado brasileiro. Por uma questão de justiça. Infelizmente o presidente [Emmanuel] Macron [da França] quis usar a Amazônia para fins políticos", declarou o parlamentar.

A onda de queimadas na Amazônia se converteu em uma crise de imagem internacional para o governo Bolsonaro. Houve ainda uma intensa troca de críticas entre os mandatários de Brasil e França.

Macron chegou a propor, durante o G7, que fosse discutido uma espécie de status internacional da Amazônia, o que irritou o governo brasileiro e levou o Planalto a acusar o francês de querer interferir na soberania nacional. 

"Ele [Trump] não deixou que prevalecesse a tese do Macron de que a questão das queimadas aconteceu de agora, durante o governo Bolsonaro, tentando fazer danos políticos em relação a isso", ressaltou Eduardo. 

"Até porque floresta não pega fogo, é um local úmido. As queimadas são pontuais em períodos de seca, principalmente naquelas regiões que já foram desmatadas", acrescentou.

O parlamentar negou que vá debater com Trump sua nomeação para a embaixada brasileira em Washington. O presidente dos EUA já se manifestou publicamente em favor da aprovação da indicação

No entanto, a designação de Eduardo ainda precisa ser confirmada pelo Senado Federal. Questionado nesta quinta, o deputado disse que ainda não há data para que o processo seja formalizado e que está conversando com senadores para reunir apoios ao seu nome.

O gesto de Trump de receber o chanceler e o filho do presidente brasileiro foi considerado por diplomatas mais um aceno do americano à possibilidade de Eduardo se tornar embaixador, mas, entre os aliados dos presidentes, já há quem avalie que a indicação do filho do presidente trouxe mais desgaste do que benefícios a Bolsonaro. 

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