Descrição de chapéu The New York Times Venezuela

EUA oferecem anistia para Maduro deixar o poder

Diplomata americano, porém, não vê sinais de que isso possa acontecer

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Washington | The New York Times

Um diplomata americano afirmou que os EUA ofereceram anistia ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, caso ele deixe o poder voluntariamente.

Maduro não seria processado nem punido por Washington, apesar de ter levado o país latino a uma das piores crises humanitária de sua história, informou o jornal The New York Times nesta quarta (28).

Contudo, o enviado do Departamento do Estado dos EUA à Venezuela, Elliott Abrams, afirmou que não há qualquer sinal de que o venezuelano vá renunciar. 

"Isso não é uma perseguição", disse Abrams sobre Maduro em entrevista para os repórteres do jornal. "Nós não estamos atrás dele. Queremos que ele tenha uma saída digna e vá embora."

Nicolás Maduro, ditador da Venezuela - Miraflores Palace/Handout via Reuters

A oferta de imunidade contrasta com as políticas de Donald Trump em relação à Venezuela nos últimos meses, de imposição de sanções econômicas, isolamento internacional e ameaças de intervenção militar para derrubar Maduro.

O ditador foi acusado de manipular as últimas eleições para ser eleito.

A oposição venezuelana não considera o perdão a Maduro, segundo o jornal, pois o acusa de ter deixado milhares de cidadãos sem comida, eletricidade e acesso a medicação.

Além disso, opositores culpam aliados de Maduro por abusos de direitos humanos.

O diplomata americano também desmentiu a notícia de que Washington e Caracas estariam tendo conversas secretas nos últimos dias.

"A ideia de que estamos negociando está simplesmente errada. Assim como a ideia de que há um padrão de comunicação. Há mensagens intermitentes e acredito que as pessoas achariam as mensagens ocasionais enviadas por Washington completamente previsíveis: 'Vocês precisam retornar à democracia. Maduro precisa sair do poder'." 

Ainda de acordo com o diplomata, as mensagens levadas para os EUA por intermediários venezuelanos estão escasseando desde o ano passado, e a informação que levavam era sempre dúbia.

Mas havia um ponto em comum: todos os comunicados diziam que Maduro continuaria resistindo à pressão internacional encampada por Trump.

Um contato direto entre Washington e Maduro neste momento colocaria em risco as negociações paralelas entre representantes do ditador e de seu principal adversário, Juan Guaidó, que se declarou presidente interino e foi reconhecido por mais de 50 países, inclusive os EUA.

Os diálogos vinham sendo mediados pela Noruega, mas foram abandonados pelo ditador há poucos dias.

Por fim, Abrams disse que o governo Trump não apoiaria um eventual novo pleito com candidaturas de Maduro ou de Guaidó.

Eles deveriam deixar o cargo primeiro para evitar suspeitas de interferência do governo americano.​​

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