Descrição de chapéu Venezuela

Maduro abandona negociação com oposição após sanções dos EUA

Nova rodada de encontros mediados pela Noruega aconteceriam na quinta (8) e na sexta (9)

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Buenos Aires

O ministro da Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, um dos homens-fortes da ditadura de Nicolás Maduro e chefe da delegação que vinha dialogando com a oposição em Barbados, divulgou na noite de quarta-feira (7) um comunicado no qual o regime afirma que não comparecerá às reuniões marcadas para esta semana, nas próximas quinta (8) e sexta-feira (9).

A justificativa foi “a brutal agressão perpetrada de maneira continuada e maliciosa por parte da administração Trump contra a Venezuela, que inclui o bloqueio ilegal de nossas atividades econômicas, comerciais e financeiras”. 

Cartaz diz "Trump, desbloqueia a Venezuela", em manifestação de apoio ao regime de Nicolás Maduro, em Caracas - Fausto Torrealba/Reuters

O comunicado ainda afirma: “Ao mesmo tempo, os venezuelanos notamos com profunda indignação que o chefe da delegação da oposição, Juan Guaidó, celebra, promove e apoia essas ações lesivas contra a soberania de nosso país e aos direitos humanos mais elementares de seus habitantes”.

A equipe chefiada por Rodríguez se encontra em Barbados e se preparava para seguir o diálogo nos próximos dias com representantes de Guaidó, membros da Assembleia Nacional, de maioria opositora. As conversas têm mediação da Noruega.

Em discurso mais cedo, Maduro disse ainda, em relação às sanções dos EUA, que "estamos preparados para essa batalha, e a Venezuela irá superar essas agressões, esses bloqueios". 

O chefe da equipe negociadora da oposição, Stálin González, que se encontra em Barbados, disse que seu grupo "continua disposto a continuar na mesa de negociação para encontrar um fim para o sofrimento dos venezuelanos, para que possamos decidir nosso futuro em eleições livres".

O vice-presidente da Assembleia Nacional acrescentou: "O governo passou os últimos dias dizendo que crê na paz e no mecanismo de negociação de Oslo e agora muda de repente de ideia ante a possibilidade de uma verdadeira mudança no país".

Na segunda-feira (5), Trump assinou uma ordem executiva (equivalente a uma medida provisória) congelando todos os bens do regime Maduro nos EUA. 

"Todas as propriedades e interesses em propriedades do governo da Venezuela que estejam nos EUA estão bloqueados e não podem ser transferidos, pagos, exportados, retirados ou de alguma maneira usados", afirma o texto.

No dia seguinte, em encontro sobre a Venezuela em Lima, no Peru, o conselheiro de segurança nacional americano, John Bolton, afirmou que os EUA estão prontos para impor sanções contra quaisquer empresas internacionais que façam negócios com o regime Maduro.

Bolton defendeu a necessidade de uma ação internacional para acelerar a transição de poder no país sul-americano, de onde mais de 4 milhões de venezuelanos já fugiram, segundo a ONU.

"Estamos enviando um sinal aos terceiros que queiram fazer negócios com o regime Maduro: procedam com extremo cuidado", afirmou Bolton. 

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