Presidente do Egito classifica como ato terrorista explosão que deixou 20 mortos

Carro com explosivos se chocou com outros 3 veículos em frente a Instituto Nacional do Câncer, no Cairo

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Cairo | AFP e Reuters

​Ao menos 20 pessoas morreram e outras 47 ficaram feridas em uma explosão no Cairo provocada por um veículo carregado de explosivos que se chocou contra outros três carros, em uma ação classificada de "ato terrorista" pelo presidente egípcio, Abdel Fatah Al Sisi.

Segundo o Ministério do Interior, o incidente ocorreu pouco antes da meia-noite desta segunda (5), em uma área às margens do rio Nilo, próxima ao Instituto Nacional do Câncer.

A fachada do hospital sofreu muitos danos, e pertences das vítimas ficaram espalhados entre os destroços.

Pessoas tentam apagar fogo após explosão em frente ao Instituto Nacional do Câncer, no Cairo
Pessoas tentam apagar fogo após explosão em frente ao Instituto Nacional do Câncer, no Cairo - Shokry Hussien/Reuters

Uma moradora, que se identificou como Salwa, disse que "houve um som de uma explosão extremamente alta". Não havia como dois carros quebrarem. O carro deve ter sido equipado com explosivos", disse ela.

Outra testemunha, que não quis informar o nome, disse que o motorista do carro fugiu antes de o veículo explodir. Segundo o ministério do Interior, o carro foi roubado há alguns meses.

Quatro dos 20 mortos ainda não foram identificados, afirmou o ministério da Saúde, e "três ou quatro feridos estão em estado crítico".

O presidente manifestou em redes sociais suas condolências "ao povo egípcio e às famílias dos mártires mortos no covarde incidente de origem terrorista". Ele também prometeu erradicar "este terrorismo brutal".

De acordo com o ministério do Interior, uma inspeção técnica revelou uma "quantidade de explosivos no interior do veículo".

O ministério atribuiu o ato ao grupo Hasm, que surgiu em 2016 e, desde então, assumiu a autoria de diversos ataques. O Hasm é considerado pelas autoridades como próximo à Irmandade Muçulmana, organização proibida e severamente reprimida no Egito

O movimento islamista mais antigo do país nega a ligação e diz que busca a mudança apenas por meios pacíficos.

Os primeiros elementos da investigação levaram a "determinar que o Hasm, vinculado aos terroristas da Irmandade Muçulmana, estava por trás da preparação do veículo" que provocou a explosão, indicou o ministério em um comunicado.

Forças de segurança egípcias estão travando uma campanha contra militantes islâmicos, alguns com ligações com o Estado Islâmico, concentrados no norte da Península do Sinai.

Os ataques fora da região se tornaram relativamente raros, embora tenha havido vários incidentes de segurança nos últimos meses em Gizé, do outro lado do Nilo, no centro do Cairo.

Em maio, uma explosão que atingiu um ônibus de turismo feriu ao menos 12 pessoas, a maioria turistas sul-africanos, perto das pirâmides de Gizé.

Em dezembro, três turistas vietnamitas e um guia egípcio foram mortos, e pelo menos outros dez ficaram feridos quando uma bomba atingiu o ônibus perto das pirâmides.

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