Trump relativiza teste de míssil da Coreia do Norte

Primeiro-ministro japonês, contudo, diz que ação viola resoluções da ONU

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Biarritz (França) | AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou neste domingo (25) que ficou descontente após o teste de um lançador de mísseis no sábado (24) pela Coreia do Norte, mas relativizou sua importância. 

Ao seu lado na reunião do G7, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, discordou do colega e declarou que o teste era uma violação das resoluções da ONU —"extremamente lamentável".

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em reunião bilateral durante cúpula do G7 em Biarritz, na França
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em reunião bilateral durante cúpula do G7 em Biarritz, na França - Reuters

"O lançamento de mísseis balísticos de curto alcance pela Coreia do Norte é uma violação flagrante das resoluções do Conselho de Segurança da ONU", afirmou Abe, enquanto Trump reforçou que não houve violação por parte da Coreia do Norte, apesar de seu descontentamento. 

De acordo com a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, supervisionou no sábado (24) os testes de lançamento de uma nova arma "recentemente desenvolvida", o que complicaria a possibilidade de uma retomada das negociações sobre a desnuclearização do país.

O exército sul-coreano informou no sábado que o Norte teria disparado dois mísseis balísticos de curto alcance, mas a imprensa estatal norte-coreana afirmou neste domingo (25) que se tratou do teste de um "lança-mísseis múltiplo super grande".

Kim afirmou que o sistema "recentemente desenvolvido" era uma "grande arma", de acordo com a KCNA.

O líder norte-coreano assegurou que o país precisa continuar desenvolvendo armamento para "frustrar de forma resolutiva as crescentes ameaças militares à pressão ofensiva de forças hostis", acrescentou a agência.

Kim teria supervisionado pelo menos outros dois testes de "novas" armas neste mês, embora a natureza e as especificidades técnicas desse arsenal sejam um mistério.

Esse foi o último de uma série de disparos do Estado nuclear nas últimas semanas, em protesto contra os exercícios militares conjuntos entre Estados Unidos e Coreia do Sul, concluídos há quase uma semana.

O disparo de sábado levou a presidência sul-coreana a convocar uma reunião de seu Conselho Nacional de Segurança.

"Os membros do Conselho Nacional de Segurança concordaram em manter os esforços diplomáticos com a comunidade internacional para voltar a levar o Norte à mesa de negociações, junto aos Estados Unidos, com o objetivo de uma desnuclearização completa da península da Coreia", disse o governo sul-coreano em comunicado.

Parece pouco provável que se possam relançar as negociações em um futuro próximo.

As negociações entre Pyongyang e Washington sobre a questão nuclear do Norte estão bloqueadas desde a segunda cúpula entre Kim Yong-Un e o presidente americano, Donald Trump, celebrada em fevereiro em Hanói e que terminou sem acordo sobre a desnuclearização da Coreia do Norte e a suspensão das sanções.

Kim e Trump voltaram a se encontrar em junho na Zona Desmilitarizada (DMZ) entre as duas Coreias e concordaram em relançar as negociações, algo que ainda não aconteceu.

No começo da semana, o enviado especial dos Estados Unidos para a Coreia do Norte, Stephen Biegun, que lidera a preparação das negociações, assegurou de Seul que Washington está "preparada para iniciar as negociações" quando tiver notícias de Pyongyang.

Mas, na sexta-feira (23), o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, lançou um ataque contra o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que classificou de "toxina intransigente", e disse ser "cético" sobre a possibilidade de negociar com ele.

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