A um mês das eleições presidenciais na Argentina, o presidente Mauricio Macri dá uma cartada final em busca de votos. Ele relançou neste sábado (28) a sua campanha, na tentativa de reverter a desvantagem que leva em relação a seu adversário, o peronista Alberto Fernández.
Macri reuniu uma multidão de apoiadores no bairro de classe média de Buenos Aires Barrancas de Belgrano, reduto histórico do seu partido. Foi o evento inaugural de uma turnê que vai percorrer 30 cidades em 30 dias, chamada de "Sí Se Puede".
Ele está em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto: nas primárias de 11 de agosto, Fernández, que tem a ex-mandatária Cristina Kirchner como vice, o superou em 17 pontos, posicionando-se como favorito no pleito de 27 de outubro.
"Convidei-os hoje porque não nos resignamos", disse Macri diante dos milhares de apoiadores. "Nos une cuidar da democracia, nos une amar e querer viver em liberdade, nos une querer dar um futuro melhor a nossos filhos."
Ele estava acompanhado da primeira dama Juliana Awada e de seu primo Jorge Macri, entre outros dirigentes.
Enfrentando uma recessão de mais de um ano e uma inflação indomável, Macri afirmou ter ouvido a mensagem das pesquisas e disse que "o que vem é diferente, agora vem o crescimento, o trabalho, a melhoria salarial e o alívio do bolso, porque todos nós precisamos".
Antes do comício, o mandatário afirmou que "somos parte da solução, não do problema", e pediu por "um pouco mais de tempo para resolver os problemas econômicos".
O presidente diz que aspira concluir as reformas e ajustar as contas públicas deixadas, segundo ele, uma bagunça por sua antecessora peronista Cristina Kirchner (2007-2015).
Dentro do partido de Macri, cresce o medo de um retorno ao passado do protecionismo kirchnerista e destacam-se os dezenas de casos de suposta corrupção que pesam sobre a ex-presidente, que ela atribui a uma perseguição político-judicial.
Ao assumir o governo, em dezembro de 2015, Macri disse que uma inflação moderada seria "fácil de alcançar", prometeu "pobreza zero" e previu "uma chuva de investimento estrangeiro".
A inflação já acumulou 30% entre janeiro e agosto deste ano, após atingir 47,6% em 2018; os investimentos não chegaram, apesar do apoio político dos Estados Unidos e das potências europeias.
A pobreza afeta um em cada três argentinos e o desemprego atingiu seu ponto mais alto em 14 anos (10,6%). A moeda depreciou 68% desde janeiro de 2018.
Calendário eleitoral argentino
27.out (1º turno) Além do pleito presidencial, eleitores também irão votar para renovar metade da Câmara, um terço do Senado e a maior parte dos governos locais
24.nov (2º turno) Ocorre apenas nas votações para presidente, governadores de província e prefeito de Buenos Aires
Fontes: Constituição da Argentina e Ministério do Interior
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