Apuração parcial em Israel mostra partido de Netanyahu em 2º e nenhum bloco com maioria

País teve a segunda eleição do ano nesta terça-feira (17)

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São Paulo e Jerusalém | Reuters

A eleição realizada em Israel nesta terça-feira (17) teve resultados apertados, sem que nenhum partido tenha conseguido obter maioria clara, mostram os números oficiais da apuração.

Com 91% das urnas apuradas, segundo o jornal Haaretz, o partido Azul e Branco (esquerda), liderado por Benny Gantz, conquistava 32 das 120 cadeiras do Parlamento. O Likud (direita), do atual premiê  Binyamin Netanyahu, somava 31 assentos.

O premiê Binyamin Netanyahu acena a apoiadores em discurso após a votação - Menahem Kahana/AFP

O bloco de Netanyahu, que une partidos de direita e ultraortodoxos, obtém 55 lugares pela contagem atual. O de centro-esquerda soma 56. É preciso chegar a 61 para obter a maioria, o que exigirá acertos com partidos menores. 

Com isso, Avigdor Lieberman, do partido ultranacionalista Israel Nossa Casa, deverá ser o nome mais cortejado pelos dois blocos. A legenda deve levar nove assentos. 

Lieberman reiterou o apoio a uma "amplo e unido governo liberal", que poderia incluir seu partido, o Likud e o Azul e Branco. No entanto, ele já disse que não pretende se aliar a ultraortodoxos, próximos a Netanyahu, o que pode diminuir as chances do atual premiê seguir no cargo. 

​"Nos próximos dias, vamos começar a negociar para formar um forte governo sionista, de modo a evitar um perigoso governo anti sionista", disse Netanyahu, em discurso na madrugada.

Ele teve postura mais contida do que nas eleições de abril, quando reivindicou a vitória, mas depois não foi capaz de negociar um acordo com os outros partidos, o que levou à realização das eleições desta semana. 

Seu principal rival, Benny Gantz, disse que também tentará formar um novo governo, e que considera a possibilidade de coalizão com o Likud. No entanto fez críticas ao premiê.  “Vamos esperar os resultados finais, mas Netanyahu não conseguiu realizar sua missão, e nós conseguimos provar que a ideia do Azul e Branco é um sucesso e está aqui para ficar”, disse.

Após a divulgação dos números finais, o que pode levar mais alguns dias, os partidos terão seis semanas para negociar e compor um governo. Enquanto um novo líder não for definido, Bibi, como Netanyahu é conhecido, segue no cargo.

Com 69 anos, ele é o premiê israelense que ocupou o cargo por mais tempo. Tendo exercido a função inicialmente de junho de 1996 a julho de 1999, ele vem se mantendo no posto desde março de 2009.

Assim, se estabeleceu como um importante representante da direita na política mundial. Foi dessa maneira que se tornou um aliado de primeira hora do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Ele também mantém ótimas relações com o mandatário americano, Donald Trump.

A partir do novo pleito, Netanyahu pode “roubar” parlamentares do Azul e Branco —uma aliança com os partidos Resiliência, Há Futuro e Telem—, fechar com o ex-general Gabi Ashkenazi, mais à direita, e conseguir uma coalização que dê a ele as 61 cadeiras que precisa.

Outra possibilidade é que Likud e Azul e Branco formem um governo de união nacional com quase 70 cadeiras. Mas, para isso acontecer, tanto Netanyahu quanto Gantz teriam que aceitar dividir o poder e alternarem-se no cargo após dois anos.

Em terceiro lugar na eleição, vem o bloco Lista Árabe Unida, com 13 assentos. Desde a criação de Israel, em 1948, os partidos árabes-israelenses nunca aceitaram fazer parte de governos. O líder do legenda, Ayman Odeh, já disse que ficará na oposição, minguando as chances de uma coalizão de esquerda.

Caso haja acordo entre Likud e Azul e Branco, os dois mais votados, a Lista Árabe poderá ficar com o cargo de líder da oposição, algo que também nunca ocorreu em Israel. 

Se ninguém for bem-sucedido na missão de formar um governo, é possível que seja convocada uma nova eleição para o início de 2020, no que seria a terceira votação em menos de 12 meses.

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