Ao menos 30 agricultores foram mortos em Wazir Tangi, no Afeganistão, após um ataque de drones americanos na noite desta quarta (18).
No momento em que foram atingidos, todos eles faziam seu horário de descanso após o dia de trabalho numa colheita de pinhão.
Haidar Khan, proprietário dos campos de pinhões, informou que cerca de 150 empregados estavam no terreno quando ocorreu o ataque. Ainda há desaparecidos.
"Alguns de nós conseguiram escapar e alguns ficaram feridos, mas muitos foram mortos", disse Juma Gul, morador da província de Kunar, que viajou a Wazir Tang para trabalhar nos campos. Além dos mortos, outras 40 pessoas ficaram feridas.
O ataque dos EUA tinha como alvo um esconderijo do Estado Islâmico (EI), que costuma usar fazendas para treinamento e recrutamento.
O Ministério da Defesa do Afeganistão e um alto funcionário dos EUA em Cabul, capital do país, confirmaram o incidente, mas não compartilharam detalhes das vítimas.
Irritados com o ataque, alguns moradores da província de Nangarhar, onde está baseada a cidade de Wazir Tangi, exigiram desculpas e compensação monetária do governo dos EUA.
"Erros como esses não podem ser justificados. As forças americanas devem perceber que nunca vencerão a guerra matando civis inocentes", disse Javed Mansur, morador da cidade de Jalalabad.
Aproximadamente 14 mil soldados dos EUA estão no Afeganistão para treinar e aconselhar as forças de segurança locais, além de conduzir operações para conter a atuação do EI e do Taleban.
Os combatentes jihadistas do EI apareceram em 2014 pela primeira vez no país, onde lutam contra o governo afegão, os militares dos EUA e o Taleban.
As forças armadas americanas estimam que haja cerca de 2.000 combatentes vinculados ao grupo terrorista.
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