Candidata e mais cinco são mortos em suposto ataque de dissidentes das Farc

Cresce número de membros do grupo que abandonaram acordo de paz

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São Paulo | AFP e Reuters

Uma candidata às eleições locais de outubro na Colômbia foi assassinada junto com outras cinco pessoas em um ataque ocorrido no sudoeste do país na noite de domingo, afirmaram autoridades nesta segunda-feira (2).

Dissidentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) foram apontados como os principais suspeitos. A guerrilha, desmobilizada no fim de 2016 por meio de um acordo de paz aprovado pelo Estado e pelo grupo, tem visto crescer o número de membros que retomaram a luta armada.

carro queimado e com buracos de tiros
Carro em que Karina Garcia e outras cinco pessoas estavam foi alvo de tiros e depois queimado - Luis Robayo/AFP

O veículo blindado, no qual viajava Karina García, candidata à prefeitura do município de Suárez , foi "alvo de um atentado com armas de longo alcance" e, posteriormente, incinerado no departamento do Cauca, disse à AFP Jair Rossi, do Ministério Público.

No ataque, também morreram a mãe de Karina, um candidato a vereador e três pessoas ainda não identificadas.

O pai da candidata, Orlando García, 60, afirmou que sua filha havia recebido ameaças de alguns apoiadores de outros candidatos.

A região onde faleceu a candidata do Partido Liberal "é um setor de comunidade indígena", afetado pela violência ligada ao tráfico de drogas e à mineração ilegal, acrescentou Rossi. 

O Ministério da Defesa divulgou comunicado em que oferece uma recompensa de quase US$ 44 mil (cerca de R$ 184 mil) por informações que contribuam para a captura de dois líderes dissidentes na região.

O alto comissário para a Paz, Miguel Ceballos, responsabilizou um chefe do grupo de dissidentes das Farc que operam nesta região, conhecido como Mayimbú.

"Nós presumimos que ele seja responsável desde crime terrível por causa de sua influência na área", disse Ceballos.

O comissário também denunciou o sequestro de outro candidato do Partido Liberal, na região de Chocó (noroeste), por parte do Exército de Libertação Nacional (ELN) —a última guerrilha reconhecida pelo governo colombiano.

No Twitter, o Partido Liberal lamentou a morte de Karina nas "mãos de terroristas" e exigiu, do presidente Iván Duque, garantias de segurança para participar da disputa eleitoral.

 
Imagem de vídeo no qual dissidentes das Farc anunciam retorno à luta armada, com Iván Márquez ao centro - AFP

Na semana passada, ex-líderes das Farc divulgaram um vídeo no qual afirmam que o governo não cumpriu os termos do acordo de paz de 2016 e convocam membros do grupo a retomar a luta armada.

Autoridades estimam que cerca de 2.000 dissidentes já se rearmaram, seja em território colombiano ou do outro lado da fronteira com a Venezuelana. Em 2016, foram registrados 7.000 integrantes desmobilizados. 

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