O Departamento Nacional Anticorrupção da Ucrânia disse nesta sexta (27) que investiga as atividades da companhia de gás Burisma entre 2010 e 2012, antes da participação de Hunter Biden, filho de Joe Biden, no conselho da empresa.
Democratas pedem o impeachment do presidente Donald Trump após a divulgação de que ele pediu ao líder ucraniano, Volodimir Zelenski, para realizar uma investigação sobre a atuação de Hunter na Burisma, de modo a atingir Joe Biden, um dos principais nomes democratas para a eleição de 2020.
"As mudanças no conselho da Burisma [a entrada de Hunter], que são atualmente objeto de atenção internacional, ocorreram apenas em maio de 2014, e não são nem nunca foram alvo de investigação", disse o departamento, em comunicado.
Hunter entrou para a diretoria da empresa após começar a procurar oportunidades de negócios fora dos EUA, valendo-se da influência do pai.
Na mesma época de sua contratação, a Burisma passava por uma crise. Seu fundador, o magnata Mikola Zlochevski, era investigado pelo procurador Viktor Shokin sub acusações de abuso de poder e desvio de dinheiro público.
De acordo com informações da Bloomberg, Hunter não era pago diretamente pela Burisma.
Seu salário, em torno de US$ 50 mil (cerca de R$ 208 mil) mensais, aterrissava em sua conta corrente via Rosemont Seneca Bohai LLC, empresa americana de um parceiro comercial seu, Devon Archer, que também fazia parte do corpo diretor da firma de gás ucraniana.
Não está claro por que o pagamento era roteado.
Mas as investigações de Shokin contra a Burisma não avançaram, e o governo americano forçou a Ucrânia a demitir o procurador, que era suspeito de não investigar casos de corrupção.
Biden pai levou a mensagem a Kiev: se Shokin não fosse retirado do cargo, US$ 1 bilhão (R$ 4,1 bilhões) em ajuda americana à Ucrânia não seriam liberados.
Shokin foi demitido em março de 2016, e o empréstimo, aprovado poucas semanas mais tarde.
Até o momento não há qualquer evidência de que Hunter esteja implicado em irregularidades ou crimes na Ucrânia.
Ele foi inocentado por Iuri Lutsenko, procurador que sucedeu Shokin. “Do ponto de vista da legislação ucraniana, ele não violou nada”, afirmou o investigador ao jornal The Washington Post.
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