Furacão Dorian deixa cinco mortos e destrói 13 mil casas nas Bahamas

Nos EUA, cerca de 1 milhão de pessoas receberam ordens para deixar suas casas

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Miami e Marsh Harbour (Bahamas) | AFP e Reuters

Com ventos de quase 300 km/h, o furacão Dorian ​ atingiu as Bahamas no domingo (1º) à noite e na segunda (2) pela manhã, deixando um rastro de destruição no arquipélago caribenho antes de seguir em direção à costa Leste dos EUA. 

O primeiro-ministro do arquipélago, Hubert Minnis, informou na noite desta segunda-feira que a tempestade deixou cinco mortos e mais de 20 feridos.

Mais cedo, a imprensa local noticiou a morte de um garoto que se afogou nas ilhas Ábaco, no noroeste das Bahamas, mas ainda não havia confirmação das autoridades. Até o momento, não se sabe se ele está incluído na listagem oficial. 

De acordo com a Cruz Vermelha, 13 mil casas foram destruídas parcial ou completamente nas Bahamas, um arquipélago formado por mais de 700 ilhas. No sábado (31), o governo local havia estimado que 21 mil residências e 73 mil dos 395 mil moradores seriam afetados pela passagem do Dorian.

Imagem de satélite mostra o furacão Dorian na manhã de domingo ; à esq, o estado da Flórida - Noaa/AFP

O furacão de categoria 5 tocou a terra por volta do meio-dia de domingo (1º) na ilha Elbow, parte das ilhas Ábaco. No fim da manhã desta segunda (2), a tempestade foi rebaixada para a categoria 4, com ventos de até 251 km/h, o que ainda é considerado extremamente perigoso.

Durante a madrugada de segunda o furacão se aproximou da segunda maior cidade do arquipélago, Freeport, que fica na ilha Grande Bahama.

Apesar da força dos ventos, o Dorian se move de maneira lenta, o que significa que está há horas sobre o norte das Bahamas, aumentando a destruição na região. 

Segundo o NHC (Centro Nacional de Furacões, na sigla em inglês), o fenômeno se move a uma média de 1,6 km/h, mais devagar do que uma pessoa caminhando. O órgão informou que o furacão deve se manter sobre a ilha de Grande Bahama até pelo menos a manhã de terça(3). 

Imagens publicadas nas redes sociais mostram enorme rastro de destruição, e há relatos de inundações nas ilhas Ábaco.

Um vídeo divulgado pelo jornal Tribune 242 mostra a água na altura dos telhados de casas de madeira, com barcos quebrados flutuando ao lado de tábuas, galhos e troncos de árvores, além de outros escombros.

Meteorologistas do NHC alertaram para ondas de cinco a sete metros de altura e rajadas de vento de mais de 350 km/h —o nível da água também pode subir até 700 centímetros acima do normal para a época em algumas regiões. 

Segundo a entidade, a situação na ilha traz risco de mais mortes, e o cenário pode piorar nas próximas horas.

O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos classificou o fenômeno como o segundo mais forte registrado na bacia do Atlântico. Ao tocar a terra, Dorian igualou o recorde do furacão mais potente do Atlântico, datado de 1935. 

Na Grande Bahama, milhares de pessoas abandonaram suas casas para se afastar da rota do furacão. “Parece que estamos em uma fila para receber uma surra”, afirmou Yasmin Rigby, em Freeport.

“Estamos enfrentando um furacão como nunca vimos antes na história das Bahamas”, disse Minnis, primeiro-ministro do arquipélago, que chorou durante uma entrevista coletiva. “Provavelmente é o dia mais triste da minha vida”.

Já nos Estados Unidos, cerca de 1 milhão de pessoas em quatro estados —Flórida, Carolina do Sul, Carolina do Norte e Geórgia— receberam ordens para deixar suas casas devido à chegada do furacão. 

Não está claro ainda, porém, qual será a trajetória do Dorian e onde exatamente ele vai atingir a costa americana. 

O NHC afirmou que a tempestade passará "perigosamente perto" do litoral da Flórida até a tarde de quarta-feira (4). Ventos fortes e ondas altas foram observados na costa leste do estado enquanto o furacão estava a cerca de 170 km de West Palm Beach. 

A partir da noite de quarta, o órgão prevê que o Dorian deve se aproximar da costa de Geórgia e Carolina do Sul.

Em Washington, o presidente Donald​ Trump se reuniu com os diretores de gestão de emergências e disse acreditar que boa parte da costa Leste deve “receber o impacto ou parte do impacto de forma muito, muito severa”. Ele cancelou viagem à Polônia no fim de semana para monitorar a situação.

A Flórida emitiu suas primeiras ordens de retirada obrigatória para Palm Beach —onde está o resort de Donald Trump em Mar-a-Lago— e para o condado de Martin.

O governador da Carolina do Sul, Henry McMaster ordenou que as pessoas deixem a costa obrigatoriamente, o que afetará 840 mil pessoas. A Geórgia adotou a mesma medida para seis condados, onde moram mais de 150 mil pessoas. 

Os três estados declararam estado de emergência, assim como a Carolina do Norte. A medida permite mobilização maior dos serviços públicos estaduais e recorrer, em caso de necessidade, a ajuda federal. 

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