Furacão Dorian diminui para categoria 2, mas ganha força e velocidade

Riscos ainda são os mesmos ou até piores, diz Centro Nacional de Furacões dos EUA

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Marsh Harbour (Bahamas) | Reuters e AFP

O furacão Dorian foi rebaixado para a categoria 2 nesta terça-feira (3), mas cresceu em tamanho e ganhou velocidade.

De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês), seus ventos atingem 175 km/h e seu deslocamento ocorre a 4 km/h.

"Os riscos combinados de ventos, ondas e inundações são os mesmos ou até piores desde que o furacão se tornou maior", informou a instituição em um comunicado.

Imagem de satélite mostra o furacão Dorian sobre as Bahamas às 8h30 (horário de Brasília) desta terça-feira (3) - Noaa/AFP

No fim de semana, o furacão havia atingido a categoria 5, a mais alta da escala Saffir-Simpson, consolidando-se como o segundo maior fenômeno do tipo na história do Atlântico.

Até então, o Dorian se movia a uma média de 1,6 km/h, mais devagar do que uma pessoa caminhando.

As Bahamas foram atingidas pelo furacão no domingo à noite e na segunda de manhã com ventos de quase 300 km/h, por aproximadamente 24 horas.

Para além das 13 mil casas destruídas parcial ou completamente, o fenômeno deixou sete mortos, entre eles crianças, e mais de 20 feridos no arquipélago caribenho. Autoridades afirmam que se preparam para uma crise humanitária após a passagem da tempestade.

Segundo o primeiro-ministro do arquipélago, Hubert Minnis, é possível que esse número aumente nos próximos dias, já que as enchentes têm dificultado o acesso de socorristas aos locais afetados.

As pistas do Aeroporto Internacional de Grand Bahama, em Freeport, estavam debaixo d'água, complicando os esforços de resgate.

Moradores em motos aquáticas e pequenos barcos tentam resgatar centenas de pessoas cujas casas foram atingidas pela enchente na área, segundo um correspondente da rede americana CNN. 

O site Bahamas Press publicou um vídeo da inundação do Rand Memorial Hospital de Freeport, e disse que os pacientes tiveram que ser evacuados.

O Programa Mundial de Alimentação da ONU estima que a ilha precisará de mantimentos para até 45,7 mil pessoas. Para as ilhas Ábaco, no norte do arquipélago, a expectativa é que 14,5 mil precisem de ajuda para se alimentar.

As Forças Armadas americanas foram autorizadas a fornecer apoio logístico, de saúde e de engenharia às Bahamas por até 14 dias, afirmou o general Terrence O'Shaughnessy, que lidera o Comando do Norte. 

A Guarda Costeira dos Estados Unidos enviou helicópteros MH-60 Jayhawk à ilha Andros, no sul do arquipélago, para ajudar com as tarefas de busca e resgate, enquanto os moradores presos em suas casas inundadas faziam chamados desesperados.

"Quem puder me ajudar, sou Kendra Williams. Vivo em Heritage. Estamos debaixo d'água; estamos no telhado", escreveu uma residente de Grand Bahama, em um SMS ao qual a AFP teve acesso. 

"Alguém pode por favor nos ajudar (...) Eu e meus seis netos e meu filho estamos no telhado", acrescentou.

Com o avanço para a costa Leste dos EUA, as últimas estimativas do NHC sugerem que ele chegue às regiões central e Nordeste da Flórida na noite desta terça, na costa da Geórgia e da Carolina do Sul na quarta-feira (4) e na Carolina do Norte na quinta-feira (5) à noite.

Desde o final de semana, nove condados da Flórida já emitiram ordens de evacuação obrigatórias —estima-se que mais de um milhão de pessoas foram evacuadas na região que deve ser afetada pelo fenômeno nos EUA. 

Após o Dorian ser rebaixado para a categoria 2, muitos moradores da Flórida hesitam entre ficar em suas casas durante a passagem do Dorian ou deixar a área.

"Sei que é uma evacuação obrigatória, mas todas as pessoas com quem eu conversei disseram que vão ficar, e eu não sei o que fazer. Mas estarei preparada, com as malas prontas, caso eles [as autoridades] fechem as pontes e eu precise pegar a estrada", disse Linda Cassano, 53, moradora de Jacksonville Beach. 

Meteorologistas alertaram a população a não subestimar os efeitos da tempestade, já que o nível do mar deve aumentar, agravando as enchentes que devem ocorrer em razão das fortes chuvas. ​

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