Irã diz que pode aumentar enriquecimento de urânio acima de 20%

Iniciativa é nova violação do acordo de 2015 que limita atividade nuclear do país

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Dubai | Reuters

​O Irã afirmou neste sábado (7) que agora é capaz de aumentar o enriquecimento de urânio para além do nível de 20% e que colocou em ação avançadas centrífugas, em novas violações aos compromissos de limitar sua atividade nuclear.

O país havia firmado um acordo em 2015, no qual se comprometeu a enriquecer urânio a até 3,67%, nível adequado para gerar energia. Para produzir uma bomba, é preciso atingir 90%. 

"Começamos a suspender limitações em nossa pesquisa e desenvolvimento impostas pelo acordo. Isso  incluirá o desenvolvimento de centrífugas mais rápidas e avançadas", afirmou o porta-voz da agência nuclear iraniana, Behrouz Kamalvandi, em entrevista coletiva transmitida pela TV. 

O porta-voz da agência nuclear iraniana Behrouz Kamalvandi anuncia que país é capaz de aumentar o enriquecimento de urânio para além do nível de 20%
O porta-voz da agência nuclear iraniana Behrouz Kamalvandi anuncia que país é capaz de aumentar o enriquecimento de urânio para além do nível de 20% - Wana/Reuters

O pacto de 2015 conteve o programa nuclear iraniano em troca de alívio de sanções, mas ficou abalado desde que os Estados Unidos, sob Trump, se retiraram do acordo no ano passado e agiram para sufocar o comércio de petróleo do Irã, como tentativa de empurrá-lo a fazer concessões de segurança mais amplas. 

Desde maio, em retaliação, o Irã passou a exceder os limites de capacidade nuclear estabelecidos no pacto.

O país afirma que suas medidas são reversíveis caso os países europeus que integram o acordo consigam restaurar seu acesso ao comércio estrangeiro, bloqueado pela reimposição de sanções dos EUA.

Inspetores nucleares da ONU relataram em julho que o Irã havia aumentado o enriquecimento para 4,5% de pureza. Kamalvandi afirmou que Teerã agora pode exceder o nível de 20%, um salto significativo em direção aos críticos 90%, mas disse que "neste momento não há necessidade para isto". 

"As partes europeias do acordo devem saber que não há muito tempo restante, e que se houver alguma ação a ser tomada [para resgatar o pacto], ela deve ser tomada rapidamente", afirmou ele. 

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