A Promotoria venezuelana anunciou nesta sexta (6) uma nova investigação criminal contra o líder opositor Juan Guaidó.
Ele foi indiciado por "traição à pátria" por supostamente ter planos de renunciar ao território de Esequibo, uma área rica em recursos naturais disputada com a Guiana desde o século 19.
Segundo o procurador-geral Tarek Saab, responsável pela acusação, a investigação foi aberta a pedido do ditador Nicolás Maduro.
Na quinta (5), Maduro afirmou que Guaidó estaria negociando para entregar Esequibo "em troca de apoio político a seu fantasmagórico e pretenso governo farsante".
A região de 160 mil km², na fronteira dos dois países, tem jazidas de petróleo descobertas em 2015 pela refinaria Exxon Mobil —a partir daquele ano, a disputa entre as nações vizinhas pelo território se acentuou.
Esequibo ocupa cerca de 60% do território da Guiana.
Segundo a acusação, Guaidó abriria mão do território em troca de apoio do Reino Unido. A Guiana é uma ex-colônia britânica.
A acusação é baseada em um áudio no qual uma pessoa identificada pelo chavismo como uma autoridade do governo americano com dupla nacionalidade —venezuelana-americana— pede a um "assessor externo" de Guaidó que mude a posição da Venezuela e entregue Esequibo a empresas transnacionais.
A Promotoria mantém vários casos contra o opositor, chefe do Parlamento reconhecido como governante interino por mais de 50 países e que disputa o poder contra Maduro desde janeiro.
A Assembleia Constituinte, aliada a Maduro, retirou a imunidade parlamentar de Guaidó em abril e autorizou processos contra ele por estar supostamente "usurpando" as funções de Maduro.
O líder opositor conta com forte apoio dos EUA, que, no passado, já ameaçou endurecer sanções contra o regime caso ele seja preso.
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