O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, 79, da Frente Ampla, disse na manhã deste domingo (27) que tem "a esperança e o desejo de poder entregar a faixa presidencial ao próximo presidente".
Vázquez, que está com câncer de pulmão, deu a declaração depois de votar, no Club Teatro Progreso, em Montevidéu.
As eleições deste domingo (27) no Uruguai têm como favorita a coalizão de centro-esquerda Frente Ampla, no poder desde 2005, representada por Daniel Martínez, 62, ex-prefeito de Montevidéu.
Segundo a pesquisa mais recente, Martínez tem 38% das intenções de voto, contra 27% de Luis Lacalle Pou e 11% de Ernesto Talvi. Os dois últimos pertencem aos partidos mais tradicionais do Uruguai, o Blanco e o Colorado, respectivamente.
A seu favor, a Frente Ampla, da qual faz parte o ex-presidente José “Pepe” Mujica, tem o crescimento econômico ininterrupto do país por 15 anos —a atual falta de segurança, porém, é apontada como principal preocupação dos uruguaios neste pleito.
Ainda que tenha lembrado do câncer ao falar sobre a eleição, Vázquez, que está em seu segundo mandato não consecutivo, uma vez que a legislação uruguaia impede reeleições em sequência, pediu que deixassem de estigmatizar a doença.
"Foi-se gerando um mito, uma lenda sobre o câncer, como se este fosse o diabo. A mensagem que quero dar hoje é que precisamos perder o medo do câncer e deixar de lado o drama que há ao seu redor."
Médico oncologista, o presidente sempre fez campanha contra o tabaco e nunca fumou.
Durante seu primeiro mandato, manteve seu consultório aberto e seguiu clinicando, mas posteriormente teve de abandonar o ofício pela política.
Os candidatos mais bem colocados nas pesquisas foram votar durante a manhã do domingo, com as ruas do país em movimento intenso, com milhares de bandeiras nas cores dos partidos enfeitando casas e carros.
As mesas de votação abriram às 8h locais para receber os 2,6 milhões de cidadãos habilitados a votar.
Estão em disputa nesta eleição, além da Presidência, 99 cadeiras da Câmara e as 30 do Senado, mais os governos regionais. Todos são eleitos para mandatos de cinco anos, e o voto é obrigatório.
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