Os comitês da Câmara dos Deputados americana convidaram John Bolton, ex-conselheiro de segurança nacional do governo de Donald Trump, a depor no inquérito de impeachment do presidente.
Bolton foi demitido no início de setembro por divergências sobre a forma de conduzir a política externa americana em relação a Irã, Coreia do Norte e Afeganistão.
Os deputados querem interrogar o ex-assessor sobre sua frustração com os aliados de Trump —incluindo o advogado pessoal do presidente, Rudy Giuliani— que pressionaram a Ucrânia a investigar democratas, segundo dois oficiais ouvidos pela reportagem.
Bolton era o principal representante no governo da chamada linha-dura, que defende uma atuação mais enfática de Washington contra adversários geopolíticos e não descarta o uso da força militar.
Os comitês esperam que ele preste depoimento a portas fechadas na próxima quinta-feira (7/11).
Dois servidores do Conselho Nacional de Segurança, John Eisenberg e Michael Ellis, foram convidados a testemunhar na segunda (4).
Nas últimas semanas, os deputados colheram uma série de depoimentos de oficiais e servidores ligados à chancelaria americana e à Casa Branca. Os esforços fazem parte do inquérito de impeachment de Trump, que foi iniciado após um denunciante anônimo relatar que o presidente pressionou seu par ucraniano, Volodimir Zelenski, a investigar seu principal rival político, o pré-candidato Joe Biden.
A Câmara é dominada pelo Partido Democrata, do qual Biden faz parte.
Trump, a Casa Branca e a liderança republicana na Casa têm trabalhado nos bastidores para garantir que membros do partido apoiem o presidente na quinta-feira (31), quando os deputados votarão os procedimentos que serão adotados na condução da fase pública do inquérito de impeachment.
Desde o início do processo, republicanos criticam abertamente a iniciativa dos democratas.
Trump tem convocado seus aliados a defendê-lo das acusações. Ele nega que tenha violado a lei ao pedir a Zelenski que investigasse Biden e seu filho Hunter, que atuou no conselho de administração de uma empresa ucraniana quando seu pai era vice-presidente de Barack Obama.
A procuradoria de Kiev arquivou o inquérito envolvendo Hunter e afirmou não ter encontrado irregularidades.
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