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Ex-enviado dos EUA à Ucrânia diz que alertou que acusações contra Biden eram infundadas

Volker avisou advogado de Trump de que informações recebidas de ucranianos eram falsas

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São Paulo

O ex-enviado especial dos Estados Unidos à Ucrânia Kurt Volker disse a deputados nesta quinta (3) que alertou Rudy Giuliani, advogado pessoal de Donald Trump, de que as informações recebidas por ele de autoridades ucranianas sobre suspeitas de corrupção envolvendo Joe Biden e seu filho eram infundadas. 

O ex-enviado especial afirmou que recomendou cautela a Giuliani e lhe disse que as fontes do defensor não eram confiáveis e, por isso, não deveria acreditar no que elas diziam em relação aos Bidens. 

Segundo o jornal The Washington Post, a declaração foi feita durante o depoimento a portas fechadas de Volker a membros de comitês da Câmara dos Deputados que conduzem as investigações do processo de impeachment do presidente americano. ​ 

O ex-enviado especial dos Estados Unidos à Ucrânia, Kurt Volker, chega ao Congresso americano para depor a portas fechadas nesta quinta (3)
O ex-enviado especial dos Estados Unidos à Ucrânia, Kurt Volker, chega ao Congresso americano para depor a portas fechadas nesta quinta (3) - Zach Gibson/Getty Images/AFP

​Volker renunciou ao cargo de enviado especial na última sexta-feira (27), após a divulgação da transcrição do telefonema de Trump com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

Na ligação, o americano pede que seu par reabra uma investigação sobre Hunter Biden, filho de seu adversário político Joe Biden.

O episódio deu origem ao processo de afastamento contra Trump, que é alvo de uma investigação conduzida pela Câmara dos Deputados. 

Hunter fez parte do conselho de administração da Burisma Holdings, uma das maiores companhias de gás natural da Ucrânia, no período de 2014 —quando seu pai ainda era vice-presidente de Barack Obama— até o meio deste ano.

A empresa foi investigada pelas autoridades ucranianas, mas Hunter não era o alvo do inquérito. Nunca foi encontrada nenhum irregularidade envolvendo o filho do democrata.

Segundo Volker, uma das fontes de Giuliani era o ex-procurador-geral da Ucrânia Viktor Shokin, que foi o responsável pela investigação sobre empresa. O ex-enviado especial disse a Giuliani para não acreditar no que Shokin dizia sobre Hunter.

Durante seu mandato como vice-presidente, Joe Biden pressionou a Ucrânia a demitir o então procurador-geral, argumentando que ele estava envolvido em esquemas de corrupção. Ele foi substituído em 2016.

Giuliani e Trump acreditam que as ações de Biden visavam a proteger seu filho e não tinham nenhuma relação com a agenda diplomática americana de combate à corrupção na Ucrânia.

O advogado pessoal de Trump se reuniu várias vezes com autoridades ucranianas, dentro e fora do país, em seus esforços de comprometer a imagem de Biden e aumentar as chances de reeleição de Trump em 2020. 

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