Em uma tentativa de acabar com os protestos que já duram quatro meses, a chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou nesta sexta-feira (4) a aplicação de uma lei de emergência para proibir o uso de máscaras por ativistas.
"Acreditamos que a nova lei terá um efeito de dissuasão nos manifestantes violentos e ajudará a polícia em sua missão de manter a ordem", afirmou ela em uma entrevista coletiva. A medida, que não era usada desde 1967, entrará em vigor no sábado (5).
Pouco depois do discurso, manifestantes com máscaras montaram barricadas no centro do distrito comercial de Hong Kong.
Dezenas deles usaram barreiras de plástico, pedaços de madeira e cones de trânsito para bloquear as ruas no distrito central, onde ficam as sedes de importantes empresas internacionais.
"A lei anti-máscaras se tornou uma ferramenta da tirania", disse o estudante Samuel Yeung, 18. Um dos temores dos manifestantes é que eles possam ser identificados por seus empregadores e terem problemas profissionais.
A nova regra dará poderes aos policiais para exigir que as pessoas retirem as máscaras. Se não o fizerem, estarão sujeitas a uma multa equivalente a cerca de R$ 13 mil e a um ano de prisão. Há exceções para quem estiver cobrindo o rosto por razões médicas ou religiosas.
Há dúvidas, no entanto, se a polícia conseguirá de fato fazer a nova lei ser cumprida, uma vez que o número de manifestantes é muito maior que o de agentes.
Por meio do Conselho de Estado para Macau e Hong Kong, o governo da China disse apoiar a proibição de máscaras, que a situação em Hong Kong chegou a um ponto crítico e que a situação caótica não pode continuar.
Hong Kong vive uma onda de protestos nas ruas desde junho. Os ativistas pedem mais democracia na região e a responsabilização de agentes que atingiram manifestantes, entre outras demandas.
Nesta semana, houve uma escalada de violência, e um jovem de 18 anos foi baleado por um policial durante um confronto na rua.
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