Procuradoria vê sinais de radicalização em agressor que matou 4 na França

Equipe anti-terrorismo assumiu investigação de esfaqueamento no comando da polícia de Paris

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Paris | Reuters

O procurador anti-terrorismo da França afirmou neste sábado (5) que o agressor que matou a facadas quatro colegas do comando da polícia de Paris apresentava sinais de "latente radicalização".

O assassino, um funcionário de TI de 45 anos, cometeu o massacre na quinta (3), matando três agentes de segurança e um servidor da área de administração e ferindo ao menos uma outra pessoa antes de ser morto a tiros pela polícia.

Jean-Francois Ricard, o procurador anti-terrorismo, afirmou que sua equipe assumiu a investigação devido a sinais de que o crime foi premeditado e por conta da natureza dos ferimentos de ao menos uma das vítimas.

O procurador anti-terrorismo da França, Jean-Francois Ricard, durante entrevista coletiva em Paris
O procurador anti-terrorismo da França, Jean-Francois Ricard, durante entrevista coletiva em Paris - Geoffroy Van der Hasselt/AFP

O procurador também disse que o agressor tinha declarado o desejo de morrer. 

"O contexto de latente radicalização" e mensagens de caráter exclusivamente religioso enviadas à esposa antes do crime influenciaram a conclusão do time de investigação, afirmou Ricard. 

A apuração ainda revelou contatos entre o agressor, identificado como Mickael H., e diversos indivíduos que provavelmente pertencem a um movimento islâmico salafista. 

Autoridades não disseram explicitamente que há uma motivação terrorista por trás do ataque, mas a transferência do caso para procuradores anti-terrorismo indica que esse é o foco dos inquéritos.

Ao jornal semanal Le Journal du Dimanche, o primeiro-ministro da França, Edouard Philippe, disse ter ordenado aos inspetores a revisão dos procedimentos do departamento de Inteligência do comando da polícia, assim como da unidade anti-terrorismo, a fim de detectar sinais de radicalização entre os servidores.

Philippe também defendeu o ministro do Interior, Christophe Castaner, que na quinta declarou que o assassino não apresentava sinais de alerta antes de cometer o massacre.

Por isso, Castaner sofreu críticas de partidos de oposição da França. Neste sábado, o ultradireitista União Nacional e o centro-direitista Os Republicanos pediram ao Parlamento que o investigasse.

"Confio em Christophe Castaner, que expressou o que sabia no momento em que falou", afirmou Phillipe.

Ricard, o procurador anti-terrorismo, disse que o agressor primeiro esfaqueou dois agentes durante o que foi chamado de "jornada mortal". O terceiro policial foi morto em outro escritório, enquanto o funcionário administrativo morreu nas escadas do prédio.

O assassino nasceu na França, na ilha de Martinique, e trabalhou no comando da polícia por muitos anos. Ele havia se convertido ao islã há dez anos, segundo o procurador.

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