Donald Trump havia pedido na Justiça o direito de não ter de apresentar sua declaração de renda a procuradores que o investigam, sob argumento de que presidentes no cargo são imunes a processos criminais.
No entanto, um juiz federal negou esse pedido nesta segunda-feira (7).
Trump é investigado por procuradores estaduais de Manhattan por suspeitas de ter agido de modo ilegal ao repassar dinheiro para comprar o silêncio de Stormy Daniels, atriz pornô que diz ter tido um encontro com o atual presidente. Trump nega ter se envolvido com ela.
A ação também investiga o uso de dinheiro de origem oculta na campanha de 2016, prática que pode ser comparada ao crime conhecido no Brasil como caixa dois.
Os procuradores intimaram Trump a apresentar seus documentos fiscais dos últimos oito anos. O presidente tentou barrar o pedido em setembro, com apoio do Departamento de Justiça.
O juiz Victor Marrero, em uma decisão de 75 páginas, disse que o argumento de Trump é "repugnante para a estrutura governamental da nação e para os valores constitucionais". O presidente ainda poderá apelar da decisão.
A Constituição dos EUA não proíbe expressamente investigações criminais sobre presidentes em exercício, e a Suprema Corte não se pronunciou sobre a situação.
Uma decisão do Departamento de Justiça, que nos EUA também atua como Procuradoria-Geral, impede procuradores federais de investigarem o presidente no cargo.
O presidente esconde há anos suas declarações de renda. Na eleição de 2016, ele não apresentou detalhes de seus rendimentos, como costumava ser a praxe entre os candidatos.
Empresário que fez fortuna no ramo imobiliário, Trump tem fortuna de US$ 3,1 bilhões (R$ 12,6 bi), segundo a Forbes. Ele foi o primeiro bilionário a se tornar presidente dos EUA.
Ao assumir o cargo, ele repassou o controle de suas empresas aos filhos, mas pairam dúvidas se Trump usou a Presidência para beneficiar seus negócios.
Trump também é alvo de um processo de impeachment na Câmara, que investiga se ele usou o poder presidencial para pressionar a Ucrânia a atender seus interesses políticos pessoais.
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