Uma pessoa morre em atos liderados por grupos indígenas no Equador

Quarenta e sete militares foram retidos por manifestantes em comunidade na região central do país

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Quito (Equador) | Reuters

No quarto dia de protestos contra as medidas de austeridade do presidente Lenín Moreno, neste domingo (6), autoridades equatorianas começaram a prender lojistas por aumentarem os preços dos alimentos, enquanto grupos indígenas entraram em conflito com as forças de segurança do país.

Uma pessoa morreu na província de Azuay, após bloqueios nas estradas impedirem uma ambulância de alcançar um homem atropelado por um carro, de acordo com autoridades. A mídia local identificou a vítima como um manifestante, mas não houve confirmação oficial.

Pessoas bloqueiam estrada durante protestos em Lasso, no Equador - Carlos Garcia Rawlins/Reuters

A população reclama que, como um efeito indireto do corte de subsídios a combustíveis realizado por Moreno, os preços aumentaram acentuadamente no país, o que provocou a pior agitação no Equador em mais de uma década e uma declaração de estado de emergência por dois meses.

“Todos estão subindo os preços com a desculpa do aumento da gasolina”, disse o aposentado Camilo Salazar, 65, em um mercado em Guayaquil.

Segundo o governo, 20 pessoas foram detidas durante o fim de semana devido a cobranças abusivas em produtos como milho, cebola e batata, todos sujeitos a controle de preços.

Depois de uma greve de dois dias organizada por sindicatos do setor de transporte, grupos indígenas assumiram a liderança dos protestos e voltaram a montar barricadas nas estradas com pneus em chamas.

Na comunidade indígena Nizag, a cerca de 280 km de Quito, 47 militares foram retidos no sábado enquanto tentavam desbloquear uma estrada. 

Para aplacar uma grande dívida externa e déficit fiscal, Quito chegou em fevereiro a um acordo de empréstimo de US$ 4,2 bilhões (R$ 17,05 bilhões) com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que exige reformas econômicas.

Além de acabar com os subsídios aos combustíveis, o governo está reduzindo a força de trabalho do estado e planejando privatizações. Moreno afirma que os custeios a diesel e gasolina, em vigor há quatro décadas, distorceram a economia do país e custaram US$ 60 bilhões.

Embora os sindicatos do setor de transportes tenham deixado de participar das manifestações após receberem a autorização para aumentar tarifas, outros grupos, como indígenas e sindicatos, convocaram uma greve nacional para quarta (9).

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