Descrição de chapéu Brexit

Candidatos só falam de brexit em primeiro debate no Reino Unido

Britânicos votam em 12 de dezembro, pouco mais de um mês antes de data limite para saída da União Europeia

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Reuters

Durante o primeiro debate com o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, nesta terça-feira (19), o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, dobrou suas apostas no brexit dizendo que só ele pode tirar rapidamente o Reino Unido da União Europeia (UE).

Pesquisas realizadas após o embate mostram que o eleitorado se dividiu sobre quem saiu vitorioso: 51% escolheram Boris, contra 49% para Corbyn —segundo analistas, o resultado é uma boa notícia para o trabalhista, que está atrás na corrida.

Boris Johnson e Jeremy Corbyn participam de debate nesta terça (19)
Boris Johnson, à esq., e Jeremy Corbyn participam de debate nesta terça (19) - Jonathan Hordle/ITV/Reuters

Os britânicos vão às urnas no dia 12 de dezembro para eleger um novo governo, depois que as votações para aprovar os termos da saída da União Europeia chegaram a um beco sem saída no Parlamento.

Durante o debate, a mediadora Julie Etchingham pediu aos líderes que apertassem as mãos e fizessem o compromisso de melhorar o tom do debate político no país, que está profundamente dividido desde que o "sim" venceu no referendo de 2016 sobre a saída da UE. 

"Nós certamente deixaremos o bloco no dia 31 de janeiro, porque nós temos um acordo... que está pronto no forno", disse Boris, reforçando a mensagem que ele tem usado na campanha de que seu governo conservador é capaz de resolver rapidamente a crise do brexit.

O atual premiê prometeu implementar o acordo de saída que ele negociou com Bruxelas e concretizar a saída antes do prazo final, além de garantir a assinatura de um segundo acordo que regulará as relações pós-brexit com o bloco.

Boris atacou Corbyn dizendo que sua ideia de realizar um segundo referendo apenas atrasaria o divórcio, que já se arrasta há meses e domina o debate político desde 2016. 

Em nove ocasiões, o conservador instou Corbyn a esclarecer seus planos para o brexit, exigindo que o adversário declarasse se a legenda faria campanha a favor da permanência no bloco ou defenderia a realização de um novo referendo —propostas que já foram consideradas pelos trabalhistas no passado. 

Corbyn respondeu que respeitaria a decisão do povo de sair da UE. 

"O povo britânico terá uma escolha genuína a fazer [...] e nós executaremos [o que for decidido]", disse, em referência a uma segunda consulta popular.

No lugar de rapidez, Corbyn afirmou que o que Boris estava prometendo implicaria anos de negociações para o fechamento de um novo acordo não só com a União Europeia, mas também com os Estados Unidos. 

O líder trabalhista também acusou o adversário de planejar vender o sistema público de saúde do Reino Unido —uma das instituições mais populares e apreciadas pelos britânicos—,  o que Boris negou. 

"A ideia de que o acordo do primeiro-ministro Boris Johnson possa ser finalizado até o fim de janeiro é um disparate", disse Corbyn, que foi aplaudido pela plateia. 

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