Universidade é incendiada em confronto durante protestos massivos no Chile

Terceira maior marcha desde início de manifestações foi predominantemente pacífica

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Santiago | AFP

Dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas de Santiago nesta sexta (8) na terceira maior marcha desde o início dos protestos no Chile, há 22 dias. Em meio a distúrbios, a sede de uma universidade pegou fogo e um grupo saqueou uma igreja histórica e usou o mobiliário para acender barricadas.  

O protesto massivo foi predominantemente pacífico e ocupou a região da praça da Itália, no centro. A poucos metros dali, porém, a sede da universidade particular Pedro de Valdivia foi incendiada durante um confronto entre manifestantes encapuzados e a polícia de choque. 

O edifício, construído em 1915, começou a queimar pelo teto de madeira, enquanto manifestantes acenderam barricadas nos arredores, disseram testemunhas a meios de comunicação locais. 

 

Também no centro, a Paróquia da Assunção, datada de 1876, foi saqueada por um grupo, que usou confessionários, móveis e imagens para fazer barricadas. 

Nas ruas, os manifestantes levavam bandeiras do país, apitos e cartazes com mensagens contra o governo de Sebastián Piñera

Ao passar em frente ao palácio presidencial, entoaram lemas contra o presidente, pediram sua renúncia e insultaram os policiais que vigiavam o edifício.

A convocatória para a marcha foi feita pelas redes sociais após Piñera anunciar novas medidas de segurança, em uma tentativa de solucionar a crise como um tema de desordem pública.

O mandatário endureceu o tom e não divulgou nenhum anúncio social para responder aos manifestantes, que pedem melhorias nos sistemas de aposentadoria, saúde, educação. 

Além de Santiago, outras cidades, como Viña del Mar, registraram enfrentamentos violentos entre a polícia e manifestantes.

A crise começou com um protesto de estudantes contra o aumento dos preços das passagens de metrô em Santiago. Até agora se trata de um movimento heterogêneo, sem bandeiras políticas e sem liderança identificável.

Os protestos deixaram até hoje 20 mortos (cinco deles nas mãos de agentes do Estado). Cerca de 150 manifestantes tiveram ferimentos nos olhos durante confrontos.

O metrô de Santiago, que transportava cerca de 2,6 milhões de passageiros em dias úteis, sofreu graves danos em 118 de suas 136 estações —25 delas foram incendiadas, principalmente em zonas muito populosas e onde vive a classe trabalhadora. 

Os danos ao metrô, um dos mais modernos da região, são estimados em mais de US$ 350 milhões. A depredação de pequenas e médias empresas e de estabelecimentos comerciais, além da infraestrutura pública, superam os US$ 900 milhões, segundo dados oficiais.

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