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Casos de violência sexual contra manifestantes crescem no Chile

Relatos de estupro e abuso sexual por policiais e militares se multiplicaram

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RFI

No Chile, após três semanas de manifestações contra o governo que deixaram 20 mortos e centenas de feridos, multiplicam-se agora denúncias de violência sexuais.

Um número crescente pessoas tem denunciado violações de direitos humanos, ocorridas especialmente durante o período de estado de emergência. Uma missão do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos (Acnudh) foi enviada ao país. 

Em Santiago, mulheres homenageiam mortos durante manfestações contra o governo chileno
Em Santiago, mulheres homenageiam mortos durante manfestações contra o governo chileno - Rodrigo Arangua - 5.nov.19/AFP

Em grande parte dos episódios as vítimas foram ordenadas a se despirem em delegacias de polícia ou quartéis, o que é proibido por padrões internacionais e normas internas das forças de segurança, afirma Bárbara Sepúlveda, diretora da Abofem, uma associação de advogados de mulheres. 

 

Denúncias de estupro e de ameaça de estupro, agressão sexual e abuso sexual também são comuns, de acordo com Sepúlveda.

"Após serem forçadas a se despir, elas são obrigadas a se agachar por um longo tempo." Ela relata que, em alguns casos, mulheres que menstruam durante a detenção são apalpadas, e os agentes tocam em seus seios e órgãos genitais. 

Lésbicas seriam submetidas a tratamentos mais graves: os relatos contam que elas são colocadas em celas masculinas e forçadas a fazer sexo com os homens. "No momento, temos cinco casos de ataques homofóbicos que vamos levar à Justiça com todas as outras queixas", diz a advogada. 

O presidente chileno Sebastián Piñera afirmou nesta quarta (6) que "não tem nada a esconder" sobre as ações das forças de segurança e que o governo adotará "total transparência nos números".

"Com a mesma contundência que os manifestantes causaram distúrbios violentos, saquearam e danificaram mais de 70 estações de metrô durante os protestos, qualquer excesso cometido pelos agentes será punido."

As manifestações, que começaram em 18 de outubro como uma resposta ao aumento da tarifa do metrô da capital, Santiago, deixaram 20 mortes —a atuação das forças de segurança do Estado é investigada em cinco delas.

O Instituto Nacional de Direitos Humanos entrou com 181 ações legais por homicídio, tortura e violência sexual supostamente cometidas pelas forças de segurança. 

Piñera reiterou seu total apoio aos Carabineros (como é chamada a polícia) e às Forças Armadas, que durante os primeiros nove dias do conflito patrulharam as ruas —período em que vigorou o estado de emergência decretado pelo presidente.

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