O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, disse em evento no México, onde realiza uma visita a políticos e empresários, que "o aborto é parte da hipocrisia argentina" e que pretende "colocar um fim a essa hipocrisia", legalizando o procedimento.
Afirmou que considera o aborto uma questão de saúde pública, que "não se deve punir a mulher como se estivesse cometendo um delito e que o Estado deve garantir o pleno acesso ao aborto em condições seguras".
O kirchnerista disse que não tem "nenhum problema em dizer que é favorável ao aborto, em condições seguras, ainda que durante a campanha eleitoral os outros candidatos quase me acusaram de Satanás por isso". E acrescentou: "Quem é contra o aborto, uma solução simples, simplesmente não aborte".
O atual presidente, Mauricio Macri, é contra o aborto. Mesmo assim, promoveu um debate e uma votação no Congresso de uma lei que legalizaria o procedimento até a 14ª semana de gestação, pressionado pela onda feminista argentina, levada adiante por grupos de defesa dos direitos da mulher, formada principalmente por jovens. Ao final, a lei foi vetada pelo Senado e não voltou a ser discutida.
Já a vice-presidente eleita, Cristina Kirchner, nunca teve a iniciativa de levar o tema para ser votado no Congresso durante sua gestão (2007-2015) à frente da Presidência. Em 2018, quando era senadora, no entanto, votou a favor do projeto de lei, assim como quase toda a bancada kirchnerista.
No México, onde Fernández está, o aborto é permitido em dois Estados: na Cidade do México (capital do país, que tem status de distrito federal) e em Oaxaca.
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