Aliados do presidente Jair Bolsonaro enfrentam problemas para se manter no poder nos últimos meses. O presidente americano Donald Trump é alvo de processo de impeachment. O chileno Sebástian Piñera é alvo de protestos. O argentino Mauricio Macri perdeu a eleição e deixará o cargo.
Veja abaixo mais detalhes sobre os problemas enfrentados pelos líderes estrangeiros:
Donald Trump (EUA)
Ídolo de Bolsonaro, o republicano enfrenta um processo de impeachment na Câmara dos Deputados, controlada pela oposição democrata, devido às suspeitas de que praticou toma lá dá cá com autoridades ucranianas.
Ademais, o adiamento da entrada do Brasil na OCDE e a possível derrota de Trump para um candidato de esquerda nas eleições americanas de 2020 lançam dúvidas sobre os supostos benefícios da estratégia brasileira de alinhamento incondicional à Casa Branca.
Sebastián Piñera (Chile)
Bolsonaro apostava em uma aliança com o líder chileno para refundar a ordem regional na América do Sul sob o manto do conservadorismo. Também pesou na aproximação com o Chile o encantamento com a ditadura de Pinochet (1973-1990), vista pelo governo brasileiro como referência de gestão econômica e controle social.
Tudo parecia ir bem na relação, até as ruas pressionarem Piñera a mudar de rumo e formular respostas à tremenda desigualdade econômica herdada do período militar.
Mauricio Macri (Argentina)
Bolsonaro passou os últimos meses fazendo campanha aberta para o presidente argentino. Apesar do apoio do brasileiro, Macri disse adeus à reeleição após ser derrotado pelo candidato peronista Alberto Fernández no domingo passado (27).
O resultado é expressão da raiva dos eleitores diante do aumento da inflação e dos índices de pobreza nos últimos anos. O azedamento da relação do governo Bolsonaro com a Argentina pós-Macri pode pôr em risco as parcerias comerciais do Mercosul.
Evo Morales (Bolívia)
No início de seu mandato, Bolsonaro passou por uma inesperada lua de mel com o líder boliviano. Apesar de pertencerem a campos ideológicos opostos, os mandatários vinham demonstrando respeito mútuo e disposição ao diálogo.
A presença de Morales na cerimônia de posse do brasileiro e a cooperação da Bolívia na captura e extradição do fugitivo italiano Cesare Battisti ajudaram a aquecer a relação. A amizade esfriou após Bolsonaro enxergar irregularidades na votação que reelegeu Morales.
Binyamin Netanyahu (Israel)
O namoro com Bibi, como é conhecido o líder israelense, tinha tudo para dar certo. Bolsonaro peregrinou por Jerusalém em abril em busca de parcerias na área de defesa e até tentou transferir a embaixada brasileira para a cidade sagrada, mas acabou recuando da promessa diante das ameaças de retaliação comercial por parte de países árabes.
Alvo de inquéritos por corrupção, Netanyahu agora corre o risco de perder o cargo após fracassar em formar uma coalizão mesmo tendo convocado duas eleições em menos de seis meses.
Mohammed bin Salman (Arábia Saudita)
Durante sua visita recente à Arábia Saudita, Bolsonaro declarou ter “certa afinidade” com o príncipe herdeiro do país, Mohammed bin Salman, conhecido como MbS. O afago público é uma estratégia para atrair os investidores do Golfo, mas esconde o sinistro histórico de direitos humanos do monarca.
Desde que chegou ao poder, em 2017, MbS intensificou a perseguição contra dissidentes e comandou a carnificina contra civis no Iêmen. Ele também é apontado como mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul.
Matteo Salvini (Itália)
O líder da direita ultranacionalista é visto como uma referência na Europa para os correligionários de Bolsonaro. Defensor da linha dura contra imigrantes, Salvini ganhou popularidade e transformou sua agremiação Liga em uma das maiores forças políticas do continente.
Ele chegou a integrar o governo da Itália ao lado os populistas do Movimento 5 Estrelas, mas foi expulso da coalizão em agosto após se lançar para o cargo de primeiro-ministro. Sua saída acabou deixando Bolsonaro sem interlocutores de peso em Roma.
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