Putin diz que Bolívia vive vácuo de poder e está à beira do caos

Presidente russo disse que pretende manter parceria com novo líder do país, seja qual for

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Brasília e Moscou | Reuters

O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (14) que a Bolívia está à beira do caos e que há um vácuo de poder depois que Evo Morales renunciou à Presidência sob pressão do Exército, no domingo (10).

Em uma entrevista coletiva em Brasília, onde participa da cúpula do Brics, Putin disse esperar que os novos governantes da Bolívia mantenham a cooperação com a Rússia, independentemente de quem assuma.

O presidente russo Vladimir Putin, durante entrevista coletiva em Brasília - Alexei Druzhinin/Sputnik/Reuters

Putin também afirmou aos repórteres que espera que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visite a Rússia para marcar o Dia da Vitória, em 9 de maio do ano que vem. A data celebra o fim da Segunda Guerra Mundial.

Mais cedo, em Moscou, o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, havia dito que a Russia reconhece Jeanine Añez como líder interina da Bolívia, mas ponderou que ela foi empossada em uma sessão do Congresso em que não houve quórum completo, e que o reconhecimento é válido até a realização de novas eleições. 

Añez se declarou presidente interina da Bolívia na terça-feira (12). Ela justificou que assumiria a Presidência de acordo com o que estabelece o regimento do Senado sobre sucessão na Casa.

Segundo as regras, ante a renúncia do presidente e do primeiro vice-presidente do Senado, as regras permitem que ela, segunda vice-presidente, assuma o comando do Legislativo.

Já a Constituição da Bolívia determina que, em caso de ausência do presidente, assume o vice-presidente. Na falta dele, a Presidência é ocupada primeiro pelo líder do Senado e, na sequência, pelo da Câmara.

A questão é que todos renunciaram junto com Evo.

Em uma interpretação controversa dos dois regimentos, ao se tornar presidente do Senado, Añez diz que também chegaria à Presidência, uma vez que os cargos de presidente e vice estão vagos.

Não há, porém, regra que ligue o regimento do Senado à Constituição em termos de sucessão presidencial.

Evo renunciou após denúncias de ter fraudado as eleições de 20 de outubro para conquistar um quarto mandato. A OEA (Organização dos Estados Americanos) apontou problemas na apuração.

Depois disso, ele prometeu convocar novas eleições, mas, pressionado por protestos e pelos militares, renunciou em 10 de novembro e, em seguida, foi para o México, que lhe concedeu asilo político. 

Os governos de Rússia e Bolívia possuem relações próximas. Evo havia visitado Putin em julho, em Moscou.

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