Tribunal peruano ordena libertação de Keiko Fujimori, presa no caso Odebrecht

Filha do ex-ditador Alberto Fujimori cumpria prisão preventiva por lavagem de dinheiro

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Lima | AFP

O Tribunal Constitucional do Peru aceitou nesta segunda-feira (25) um recurso que pleiteava a libertação de Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000) e atual líder da oposição.

Keiko é investigada por ter recebido US$ 1,2 milhão (R$ 5,07 milhões) em doação na forma de caixa dois da construtora brasileira Odebrecht para sua campanha à Presidência em 2011, quando foi derrotada por Ollanta Humala.

Ela foi presa em 31 de outubro em 2018 de forma preventiva —o juiz do caso considerou haver risco de obstrução de Justiça e de fuga, já que ela tem cidadania japonesa e americana, por ser casada com um americano.

Keiko Fujimori, filha de Alberto Fujimori, em entrevista coletiva em Lima
Keiko Fujimori, filha de Alberto Fujimori, em entrevista coletiva em Lima - Luka Gonzales - 3.out.18/AFP

O marido de Keiko, Mark Vito Villanella, faz greve de fome há 13 dias como forma de protesto em favor da libertação de sua esposa, que ele considera ser vítima de perseguição política. Ele cumpre o jejum na rua em frente ao local onde Keiko está presa. 

 

"A Justiça foi feita, uma Justiça divina. Deus é grande. Quero que ela saia do cárcere para irmos juntos para casa com as minhas filhas", disse ele. 

Segundo o jornal El Comercio, a previsão é que a decisão seja publicada até a sexta-feira (29) —uma formalidade necessária à efetiva libertação de Keiko. Uma proposta para penalizar o juiz que decretou sua prisão foi descartada pelos magistrados. 

O Peru é um dos países mais afetados pelo escândalo de corrupção da empreiteira brasileira, que admitiu ter pago ao menos US$ 29 milhões em subornos ao longo de três governos —quatro ex-presidentes são suspeitos de envolvimento. 

Mais cedo nesta segunda, Keiko se recusou a prestar depoimento ao Ministério Público peruano no curso do inquérito que investiga as supostas ilegalidades cometidas por ela. 

A ex-candidata à Presidência alegou não existir "garantias mínimas do devido processo legal". 

"Não é coincidência que o procurador tenha agendado meu testemunho nesta semana decisiva em que o Tribunal Constitucional debate a minha liberdade", afirmou ela em uma publicação nas redes sociais. 

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